A operadora de turismo CVC negou ter suspendido a venda de pacotes de viagens para Cuba em virtude do embargo imposto pelos Estados Unidos à ilha caribenha. A empresa brasileira, que em 2009 foi comprada pelo grupo de investimentos norte-americano Carlyle, tem sido criticada em blogs, sites e redes sociais após a publicação de uma nota pelo jornalista Ancelmo Góis, do jornal O Globo, dando conta da suspensão. O bloqueio impede empresas norte-americanas de fazer negócios com Cuba.
A CVC alega que nunca teve operação baseada em Cuba, que apenas vendia passagens e intermediava reservas em hotéis, e que deixou de fazer isso há alguns anos, porque as vendas não seriam viáveis economicamente.
Segundo Priscila Brules, gerente de comunicação corporativa da empresa, “a CVC não opera em Cuba, pois o destino não é comercialmente atrativo para a empresa”. O perfil do público da CVC, diz a empresa, é a família média brasileira, que não oferece alta demanda de viagens para o país. A companhia também afirma que já deixou de operar no Marrocos e na Tunísia pelo mesmo motivo.
A reportagem do Opera Mundi entrou em contato com a central de vendas da CVC à procura de um pacote de turismo para a ilha e foi informada da suspensão. Questionada sobre os motivos, a atendente disse que achava que a interrupção teria ocorrido “por causa do bloqueio dos Estados Unidos”. No SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da CVC, outra funcionária lembrou: “Você sabe, a empresa foi comprada por um grupo americano”.
Questionada sobre a conduta das atendentes, a CVC disse que elas não estão autorizadas a falar em nome da companhia e que não há nenhuma orientação nesse sentido.
Max Altman, coordenador brasileiro do Comitê pela Libertação dos Cinco Patriotas Cubanos, afirmou que na época do 50º aniversário da revolução cubana, comemorado em janeiro de 2009, organizou uma viagem com um grupo para Cuba. “Procurei a CVC, e eles responderam que não trabalhavam com Cuba. A CVC nunca fez pacotes para Cuba”, disse.
O turismo é uma das principais atividades da economia cubana. Apesar de o Brasil ainda não ser uma das maiores fontes de turistas, como Espanha e outros países europeus, o número de brasileiros que viajam a Cuba tem crescido nos últimos anos. Só no ano passado, foram mais de 14 mil, entre viagens de lazer e a trabalho, impulsionados pelo estreitamento dos laços econômicos entre os dois países.
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