O Tribunal Superior Comercial do Reino Unido proibiu nesta quinta-feira (02/07) que o governo da Venezuela tenha acesso às reservas de ouro que Caracas mantém guardadas no Banco da Inglaterra. Em resposta, o Banco Central da Venezuela (BCV) classificou a decisão como “absurda e insólita”, afirmando que o país irá recorrer.
“O BCV irá recorrer imediatamente a essa absurda e insólita decisão de um tribunal inglês que pretende privar o povo venezuelano do ouro tão urgentemente necessitado para combater a pandemia do novo coronavírus”, informou a instituição.
O argumento utilizado pela Justiça britânica é o de que Londres não reconhece Nicolás Maduro como presidente do país, mas sim o deputado de direita Juan Guaidó, que se autoproclamou mandatário da Venezuela em janeiro de 2019.
Segundo o BCV, o juiz responsável pela sentença não conhece “a realidade da Venezuela”. A Venezuela possui uma reserva de 30 toneladas de ouro no Banco da Inglaterra, que equivalem a cerca de 2 bilhões de dólares (mais de R$10 bilhões).
El BCV apelará inmediatamente la absurda e insólita decisión de un tribunal inglés que pretende privar al pueblo venezolano del oro tan urgentemente necesario para hacer frente a la pandemia de covid19. pic.twitter.com/pHT9obaxGn
— Banco Central de Venezuela (@BCV_ORG_VE) July 2, 2020
Reprodução/BCV
Banco Central da Venezuela (BCV) classificou a decisão como "absurda e insólita"
Desde que Guaidó foi reconhecido pelo Reino Unido como presidente, os fundos foram bloqueados ilegalmente ao governo venezuelano.
Após a pandemia do novo coronavírus, Caracas fez mais um apelo para que Londres revisse o bloqueio para que o governo pudesse destinar essas reservas ao combate da covid-19.