Em resposta às declarações do chanceler uruguaio Luis Almagro, que seu país não apoiou inteiramente a entrada da Venezuela no Mercosul, o assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou que a decisão foi unânime.
“Nós não fizemos pressão sobre nenhum país, até porque não é o estilo da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi tomada pelos três presidentes, refletiu um consenso político. Portanto, não corresponde a tese de que teríamos algum tipo de pressão sobre qualquer governo”, afirmou o assessor, de acordo com o site do Blog do Planalto.
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“A decisão de incluir a Venezuela a partir do dia 31 de julho foi proposta pelo presidente [José] Mujica. Eu conversei com ele agora há pouco e ele confirmou não só isso, como confirmou que essa será a posição do Uruguai. Então eu queria deixar isso claro. Da nossa parte, não houve imposição ou pressão. Isso não corresponde ao estilo da política externa brasileira e menos ainda da presidenta”, disse Garcia.
Sobre a suspensão do Paraguai do bloco, Garcia afirmou que as sanções serão apenas políticas. Segundo ele, não haverá sanções econômicas ao Paraguai e todos os compromissos no âmbito do bloco serão mantidos, inclusive o de financiamento da construção de uma linha de transmissão de energia entre Itaipu e Assunção, capital do Paraguai. Garcia disse também que o governo brasileiro apreciou a decisão da Venezuela de manter o fornecimento de petróleo ao Paraguai.
Almagro
O chanceler uruguaio afirmou em entrevistas à imprensa de seu país que teria havido pressão do Brasil para a incorporação da Venezuela no bloco regional. “No quadro de negociação que tínhamos na quinta-feira, nós fomos contrários ao ingresso da Venezuela no Mercosul, nestas circunstâncias”, afirmou Almagro no programa televisivo El Perspectiva.
Segundo o chanceler, seu país sustenta “objeções contra a legalidade do processo”. “Nada é definitivo”, e “se todo mundo tivesse tido certeza, a Venezuela teria entrado na sexta-feira em Mendoza. Por alguma razão os países definiram o prazo até 31 de julho”, afirmou o ministro.