Milhares de pessoas saíram às ruas da península da Crimeia (região autônoma da Ucrânia) nesta quarta-feira (26/02) para pressionar o Legislativo local, que decide hoje se apoia as novas autoridades de Kiev. De acordo com a imprensa local, ao menos uma pessoa ficou ferida no conflito entre defensores do novo e do antigo governo.
Manifestantes tártaros, favoráveis à aproximação com a União Europeia, assim como o presidente internino, Aleksandr Turchinov, gritam palavras de ordem e procuram impedir a realização da audiência em Simferopol (capital da Crimeia), pois consideram que a maioria pró-Rússia irá propor a separação da região autônoma.
Os deputados encontram dificuldades para chegar ao Parlamento e vários soldados estão localizados nas imediações.
A Rada Suprema da Crimeia, de maioria alinhada com a Rússia, debaterá nesta tarde se respalda as novas autoridades que assumiram o poder em Kiev após a destituição do presidente Viktor Yanukovich.
Agência Efe
Bandeiras de Rússia e UE são vistas na frente do Parlamento da região autônoma
O presidente do Mejlis, a assembleia dos tártaros, Refat Chubarov, alertou para a adoção de decisões que desestabilizem a situação e ameacem a paz na autonomia peninsular.
Em sua opinião, o presidente do Parlamento local, Vladimir Konstantinov, decidiu convocar a sessão extraordinária “sob pressão de forças internas e externas que cultivam a ideia de separar a Crimeia da Ucrânia”, disse.
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O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, viajou na segunda-feira para a Criméia para tentar acalmar os ânimos.
No domingo, mais de 50 mil pessoas saíram às ruas no porto de Sebastopol para protestar contra as novas autoridades de Kiev.
Alguns analistas alertaram para a possibilidade de que, após a deposição de Yanukovich como presidente, regiões do leste do país, favoráveis à Rússia, proclamassem sua desobediência às novas autoridades e iniciassem um processo separatista.
O início das manifestações contra Yanukovich, em novembro, foi motivado pela sua renúncia a um acordo com a UE. Segundo ele, a proposta do bloco europeu prejudicava as camadas mais pobres da população ucraniana. Poucos dias depois de sua decisão, em meio a grandes manifestações favoráveis e contrárias a seu governo, ele assinou novo pacto de cooperação econômica com a Rússia.