As Brigadas de Azedin
Al Kasen, braço armado do movimento muçulmano Hamas, divulgaram
neste domingo (25/04) um vídeo sobre o soldado israelense Gilad
Shalit, preso desde 2006, que gerou polêmica em Israel. Segundo a
agência de notícias espanhola Efe, a gravação insinua que o
militar voltará num caixão caso a sua troca por presos palestinos
demore.
Em 3D e com três minutos de duração, o clipe,
intitulado “O sentimento na sociedade sionista sobre Shalit”,
mostra o pai do soldado envelhecendo quando vê seu filho retornar em
um caixão.
As Brigadas de Azedin Al Kasen advertem que Shalit
poderia ter a mesma sorte que o piloto Ron Arad, capturado em 1986
pela milícia libanesa xiita pró-síria Amal e desaparecido três
anos depois após Israel afirmar que não cederia às exigências do
grupo.
O Hamas exige a libertação de mil presos em troca do
soldado, mas as negociações, com a mediação da Alemanha, ainda
não tiveram resultado.
O Curta-metragem foi publicado na site
das Brigadas. Noam Shalit, pai do soldado, aparece perambulando
pelas ruas israelenses nas quais vê grandes cartazes em que o
primeiro-ministro anterior, Ehud Olmert, e o atual, Benjamin
Netanyahu, prometem fazer todo o que estiver em suas mãos para
conseguir sua libertação.
O pai de Gilad Shalit aparece
cabisbaixo, 20 anos depois na mesma situação, vendo o seu filho
preso e sem reflexos de solução, e passando por um novo ministério
israelense para assuntos de desaparecidos e prisioneiros, aparente
alusão ao seguimento dos sequestros de soldados israelenses por
milícias palestinas.
A voz do próprio Gilad Shalitem quando
apareceu na primeira gravação desde sua captura em setembro passado
em off acompanha as imagens, além das promessas de Olmert e
Netanyahu para conseguir sua libertação.
O pai, já idoso,
desperta de um sonho em que recebe o filho em um caixão com as cores
da bandeira de Israel pouco antes do fim do curta com a legenda
“Ainda há esperança”.
Um funcionário do grupo
Hamas citado pela imprensa israelense disse que o vídeo “se
dirige à sociedade sionista, e não a seus líderes que não veem
outra coisa que seus interesses pessoais e por isso atrasam o
acordo”.
Shalit foi capturado no dia 25 de junho de 2006,
quando tinha 18 anos de idade, em um ataque conjunto de três
milícias palestinas, entre elas o braço armado do Hamas, contra uma
base militar israelense situada perto da fronteira de Israel com
Gaza.
Segundo meios de comunicação locais, as negociações
estão estagnadas porque na lista de presos exigidos pelo Hamas
figuram os responsáveis pelos atentados mais sangrentos cometidos em
centros urbanos israelenses durante a Segunda Intifada.
Netanyahu
disse que o vídeo reflete “a verdadeira essência do Hamas”
e o qualificou com “outra ação desprezível destinada a ajudar
a sua liderança com o objetivo de evitar tomar decisões sobre nossa
oferta para uma troca de prisioneiros que não foi respondida durante
muitos meses”.
Por sua vez, Noam Shalit disse que “é
uma vergonha que os líderes do Hamas continuem elegendo a guerra
psicológica contra nossa família e a sociedade israelense, em lugar
de se dirigir e autorizar uma troca que esteve em sua mesa quatro
meses sem resposta”
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