A presidente Dilma Rousseff voltou a condenar nesta terça-feira (28/01) as políticas de sanção impostas a Cuba pelos Estados Unidos desde 1962. Segundo ela, a participação do país caribenho nos acordos econômicos dos demais países do Caribe e da América Latina é imprescindível para a região. Na reunião, além dos chefes de Estado dos países-membro, também estava o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.
“Criticamos com empenho a política de bloqueio a Cuba. Temos a convicção de que não haverá verdadeira integração econômica na América Latina e no Caribe sem Cuba”, declarou, durante discurso na 2ª Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Efe
Dilma sobre embargo dos EUA: “A presidência de Cuba na Celac mostrou mais uma vez o quanto é anacrônica essa exclusão
Essa foi a primeira intervenção pública da presidente na cúpula. Ontem, Dilma já havia dito, durante inauguração de um porto no país, que o embargo econômico é injusto. Desde sua chegada a Havana, a presidente se encontrou com os líderes de Cuba, Raúl Castro, e da Argentina, Cristina Kirchner.
Ao reconhecer o êxito de Cuba na condução da presidência da Celac, Dilma disse que seu sentimento é compartilhado por todos que “nunca se conformaram em ver Cuba excluída dos foros regionais e multilaterais”. “A presidência de Cuba na Celac mostrou mais uma vez o quanto é anacrônica essa exclusão, ao qual o Brasil sempre se opôs”, declarou. No ano passado, a ONU aprovou, pela 22ª vez consecutiva, uma resolução pedindo o fim do embargo.
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Para a presidente brasileira, a Celac é um poderoso instrumento de aproximação entre os estados membros. “Nossos países têm aprendido a somar suas diferenças. No fundo, a Celac torna o Caribe mais latino-americano e a América Latina mais caribenha”, comparou. Segundo ela, a Cúpula é uma ferramenta valiosa para o diálogo da região com o resto do mundo, acrescentando que nos últimos anos foram estreitadas as relações dos países membros da Celac com diversos atores como a União Européia, a China, a Rússia e o Conselho de Cooperação do Golfo.
“Mais que nunca, o Brasil se sente parte da América Latina e do Caribe. Compartilhamos uma identidade e trajetória histórica comum e a convicção que essa experiência será determinante para que juntos enfrentemos nossos desafios futuros”, ressaltou Dilma.
Desenvolvimento
De acordo com Dilma, os países da América Latina crescem comprometidos com a distribuição de renda e com atração de investimentos. “Segundo dados da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o percentual de pessoas que vivia na pobreza na nossa região caiu nas últimas décadas de 48% para 28%. A pobreza extrema diminuiu de 22,6% para 11,5%”, disse.
A presidente destacou que o objetivo da cúpula não é eliminar os acordos paralelos à organização. “A Celac não impede as relações bilaterais entre os Estados, dentro e fora da região. Pelo contrário, tem a capacidade de fortalecê-las.” Segundo ela, a união dos países fortalece projetos individuais de desenvolvimento. “Com a integração, a prosperidade de cada um transforma-se na riqueza de todos.”
Dilma terminou seu discurso dando as boas-vindas ao país que vai assumir a presidência da Celac. “Estou certa de que a nossa querida companheira da Costa Rica, Laura Chinchila, terá o mesmo êxito na presidência da Celac. O Brasil acredita na Celac”, disse.