Emad Burnat, diretor palestino do documentário nominado ao Oscar 5 Broken Cameras (“Cinco Câmeras Quebradas”), foi retido nesta quarta-feira (20/02) com sua esposa e filho por 1h30 na imigração de Los Angeles. Ele estava em viagem para participar da premiação neste domingo (24/02).
O documentário, dirigido juntamente com Guy Davidi, retrata as fricções entre palestinos e israelenses na vila de Bil’in, na Cisjordânia, em relação à cerca de Israel adjacente à vila, construída por “segurança”. Ao mesmo tempo, foi a infância de seu filho Gibreel, hoje com oito anos. O título do filme faz referência aos cinco equipamentos quebrados pelos judeus durante as gravações.
As autoridades de imigração alegaram que Burnat “não contava” com o convite adequado para assistir ao evento do Oscar. “Queriam me devolver à minha casa, mas para mim é muito importante ir à premiação, porque para a Palestina será um dia histórico estar aqui e falar sobre o filme”, disse Burnat.“É uma situação desagradável, mas os palestinos vivem esses mesmos fatos todo dia na Cisjordânia”, completou.
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Burnat enviou uma mensagem de texto a Michael Moore, polêmico documentarista norte-americano e autor de Tiros em Columbine e Fahrenheit 11 de setembro. Morre intercedeu para que permitissem a entrada de Burnat. Ligou para oficiais da Academia e disse a Burnat que desse aos agentes seu telefone e repetisse seu nome algumas vezes.
Reprodução/Twitter
“Emad Burnat, fazendeiro palestino que virou documentarista, diretor de “5 Câmeras Quebradas”, primeiro doc palestino nominado ao Oscar”
Em sua conta do Twitter, ironizou que os agentes não podiam compreender como um palestino estaria concorrendo ao Oscar: “Me imagino o agente, tentando processar a ideia: Ok, é um camponês; ok, é um palestino; e está nominado ao Oscar. Claro, e eu vou concorrer ao prêmio Nobel”.
5 Broken Cameras foi apresentado em vários festivais de cinema e ganhou o prêmio de melhor documentário israelense no Festival de Jerusalém deste ano e de melhor documentário na categoria de Cinema Mundial no Festival de Sundance em Utah.
* Com informações de The Guardian e Telesur