Duas redes de supermercados japoneses anunciaram nesta segunda-feira (18/07) que venderam carne bovina da província de Fukushima, onde fica a usina nuclear, onde os animais foram alimentados com ração contaminada por césio radioativo.
A empresa Ito-Yokado admitiu ter vendido 41,7 quilos desta carne a dois estabelecimentos de Chiba (ao leste de Tóquio), enquanto Aeon disse ter distribuído 12,6 quilos do produto a clientes de seus supermercados em Nagóia e Hyogo (centro do Japão), informou a agência Kyodo.
Autoridades do Japão e empresários rastreiam os cortes de procedentes de mais de cem vacas, depois que no fim de semana fossem detectados outros 84 exemplares de cinco fazendas de Fukushima alimentados com ração contaminada.
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Os proprietários das granjas admitiram não saber da ordem emitida pelo governo no dia 19 de março para não utilizar ração armazenada no exterior, diante da possibilidade de contaminação pelas emissões da central de Fukushima, seriamente danificada pelo terremoto e o tsunami de 11 de março.
Pelos cálculos da agência Kyodo, já são 143 os animais expostos ou sob suspeita de terem sido expostos ao césio radioativo, depois que em 10 de julho se detectassem pela primeira vez níveis deste isótopo radioativo acima do permitido na carne de seis vacas procedente de Fukushima.
A carne dos 143 exemplares foi distribuída em ao menos 37 das 47 províncias japonesas, segundo Kyodo.
O governo de Fukushima continua fazendo testes em forragens e às vacas em todas as granjas da província, e pediu aos criadores de gado que deixem de distribuir carne por enquanto.
Espera-se que o governo do Japão proíba a partir desta terça-feira qualquer envio de carne bovina de Fukushima e é possível que amplie a suspensão a outras províncias, segundo disse neste fim de semana o vice-ministro de Saúde, Kohei Otsuka.
A ração de uma das fazendas nas quais se detectaram pasto contaminado no fim de semana passado procedia de Koriyama, a 60 quilômetros ao oeste da central, e continha 500 mil becquereles de césio por quilo, 278 vezes mais que o permitido pelo governo japonês.
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