Atualizada às 13h50
A justiça do Egito dissolveu neste sábado (09/08) o PLJ (Partido Liberdade e Justiça), braço político da Irmandade Muçulmana, do então presidente legítimo Mohamed Mursi – derrubado em 2013 pelo Exército sob comando do atual chefe de Estado, Abdel Fattah al-Sisi.
Efe/ arquivo
Membros da Irmandade Muçulmana após reunião, em 2011; governos saudita e egípcio os classificou de “organização terrorista”
A Corte Suprema Administrativa egípcia alega irregularidades no partido. Segundo os autores do processo judicial, o PLJ é considerado “um dos braços de uma organização terrorista” e “viola a necessidade de velar pela união nacional e pela paz social”.
Segundo a imprensa governamental à AFP, trata-se de uma decisão inapelável. O advogado do partido Mahmoud Abou al-Aynayn disse à Reuters que a decisão foi política e inconstitucional ao privar a defesa do direito de recorrer.
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O partido foi criado em 2011, após o levante popular que tirou Hosni Mubarak do cenário político em três décadas no poder. A Irmandade Muçulmana já havia sido banida por um tribunal egípcio, mas a decisão não mencionava o braço político do grupo, o que permitia o PLJ participar das eleições parlamentares, previstas para o fim de 2014.
Após um ano à frente do Executivo, Mursi foi derrubado pelo Exército em julho do ano passado. A repressão contra os manifestantes islamitas que exigiam a volta de Mursi deixou mais de 1.400 mortos e mais de 15 mil presos. Centenas foram condenados à pena capital em julgamentos em massa. O marechal Sisi foi eleito presidente do Egito em junho deste ano. Durante campanha, prometeu faria com que a Irmandade Muçulmana deixasse de existir.
A Irmandade Muçulmana foi fundada no Egito em 1928 com a intenção de defender os ensinamentos e as regras do Corão. É um grupo político e religioso de caráter fundamentalista que luta para estabelecer a sharia (leis islâmicas) na formulação dos estados árabes. Com atuação em cerca de 70 países do Oriente Médio, Ásia e África, a organização também tem como desígnio unificar os países de população muçulmana.