O Egito vai aumentar a segurança de toda a área da Península do Sinai, anunciou o presidente do país nesta segunda-feira (06/08) em entrevista na rede televisiva estatal. A medida é uma resposta ao atentado deste domingo (05/08), no qual homens armados mataram guardas de fronteira egípcios e sequestraram veículos para lançar um ataque em Israel.
O presidente Mohammed Mursi, que declarou luto nacional de três dias, lamentou a morte das vítimas e disse que os responsáveis pelo ataque vão ser punidos pelo governo egípcio. “Nossas Forças Armadas e policiais receberam ordens claras para perseguir e prender os envolvidos”, afirmou ele.
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Após o discurso, o presidente viajou em um avião militar em direção a Rafah, o posto de fronteira com Israel onde ocorreu o atentado. Segundo o jornal The Guardian, o governo egípcio enviou caças militares à região para buscar os militantes por trás da ação.
Logo após as notícias do atentado na noite de domingo (05/08), Mursi realizou uma reunião de emergência com líderes da segurança e dos militares do país aonde discutiram os próximos passos do governo em relação ao território fronteiriço de extrema relevância em suas relações com Israel e Palestina.
Repercussões regionais
Ehud Barack, ministro da Defesa israelense, demonstrou preocupação acerca da segurança da Península Sinai e disse que o governo egípcio deve reforçar suas ações para prevenir o terrorismo na região. “Nós esperamos que o atentado seja um alerta ao governo egípcio para adotar uma política com mais força”, disse ele nesta segunda-feira (06/08) de acordo com o jornal The Guardian.
Além disso, o ministro informou que sete homens envolvidos no ataque foram mortos, quatro em território israelense e três do lado egípcio. Segundo sua versão, dois veículos egípcios comandados por terroristas tentaram passar na fronteira com Israel. Enquanto um dos carros explodiu, o outro foi atingido pela aviação israelita. Para as autoridades militares israelenses, o atentado tinha como objetivo sequestrar um soldado do país, informou a rede Al Jazeera.
O grupo palestino Hamas, responsável pela administração da Faixa de Gaza, divulgou um comunicado no qual desaprova o atentado. “Hamas condena este crime horrível responsável pela morte de soldados egípcios e oferece suas condolências às famílias das vítimas, ao povo e ao governo do Egito”, diz.
Ônus palestino
O atentado pode atrapalhar o plano do recém-eleito presidente do Egito de abrir a fronteira do país com a Faixa de Gaza, amenizando o bloqueio imposto ao território palestino por Israel. Com os novos acontecimentos, o governo egípcio sofrerá forte pressão para aumentar o controle nas fronteiras israelenses, o que dificultará ainda mais a vida dos palestinos.
Desde a queda do Hosni Mubarak, o governo israelense teme as mudanças na política do Egito em relação às fronteiras. Importante aliado dos Estados Unidos e de Tel Aviv, o antigo ditador egípcio garantia o apoio do país às políticas israelenses para a Faixa de Gaza, que faz fronteira apenas com Israel e Egito.