O ELN (Exército de Libertação Nacional) recusou nesta quinta-feira (11/07) as condições impostas pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, de libertar um canadense em poder dessa guerrilha, em troca de iniciar uma mesa de paz.
O líder máximo do ELN Nicolás Rodríguez respondeu ao governo em uma carta aberta, divulgada em sua página na Internet, que mantém disposição a dialogar para buscar a paz com justiça social no país, mas sem condições. “O presidente usa os meios de comunicação pondo condições ao ELN para conversar.”, reclamou.
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“Que apareçam os desaparecidos pelos agentes do Estado, que se deem as garantias aos mais de cinco milhões de deslocados para que retornem a seus lugares de origem, que se faça justiça com os responsáveis intelectuais e dos erradamente chamados falsos positivos”, escreveu.
Rodríguez pede ao governo coerência para continuar caminhando para uma possível mesa de diálogo. “Enquanto nos pede confidencialidade, o presidente se atribui o direito de usar os microfones e os meios para pôr condições”, diz o texto. O guerrilheiro destaca que foi o governo que definiu conversar em meio ao conflito, com o argumento de que um cessar-fogo beneficiaria a insurgência. “Se é assim, demonstre. Por que agora condicionar o diálogo a uma determinada ação insurgente?”, perguntou.
Além disso, o ELN pede que a empresa canadense Braewal Mining devolva às comunidades do sul do departamento (estado) de Bolívar quatro títulos mineiros que adquiriu “de maneira fraudulenta e com subornos”. Para o grupo, “a multinacional canadense guarda silêncio e o governo responde militarizando a região em sua tentativa de conseguir resgatar, pela via militar, o geólogo Jernoc Wobert”.
Em 3 de julho, durante visita à Suíça, o presidente colombiano condicionou uma possível mesa de conversas paralela com a guerrilha em troca da libertação de Wobert.