O presidente chinês Xi Jinping, em primeira conversa sobre a crise no Afeganistão com homólogo russo Vladimir Putin, pediu que o Talibã exerça o poder com moderação e forme um governo “inclusivo”.
Em telefonema nesta quarta-feira (25/08), Xi e Putin concordaram em intensificar esforços para, segundo nota do Kremlin, conter “ameaças” de terrorismo vindas do território afegão, depois do grupo fundamentalista talibã ter tormado a capital Cabul.
“Eles expressaram disposição em intensificar esforços para conter ameaças de terrorismo e tráfico de drogas provenientes do Afeganistão” e “enfatizaram a importância de alcançar a paz o mais rápido possível e prevenir a propagação da instabilidade para as regiões vizinhas”, afirmou nota do governo russo.
A ligação acontece depois de Pequim e Moscou terem sinalizado que poderiam reconhecer futuro governo formado pelo grupo fundamentalista islâmico, no momento em que há um vácuo criado pela saída dos Estados Unidos e da Otan.
De acordo com comunicado do governo chinês, Xi disse a Putin que respeita a “soberania, a independência e a integridade territorial do Afeganistão” e não interfere em seus assuntos internos.
“A China está disposta a reforçar a coordenação com todas as partes da comunidade internacional e encorajar as partes afegãs a negociarem uma estrutura política aberta e inclusiva e a implantar uma política interna e externa moderada e estável, sem a presença de organizações terroristas”, declarou o presidente.
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Xi Jinping e Putin reafirmaram parceria de China e Rússia em telefonema nesta terça
O país afegão faz fronteira com a província chinesa de Xinjiang, em que há uma população muçulmana uigure. Segundo o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista da China, o embaixador do país em Cabul, Wang Yu, se reuniu com uma delegação dos talibãs na terça-feira (24/08) para discutir “questões importantes” e as “relações bilaterais”.
Ainda nesta terça, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou seu compromisso de concluir a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão até 31 de agosto e disse que os perigos para os militares aumentarão significativamente se permanecerem mais tempo no país asiático.
“Continuaremos nossa estreita cooperação para retirar as pessoas da forma mais rápida e eficiente possível. Quanto mais cedo pudermos terminar, melhor”, disse Biden durante pronunciamento.
Mais cedo, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, já havia antecipado em nota que o democrata manterá o prazo para finalizar a evacuação.
“Nestas horas estamos tentando evacuar o maior número possível de pessoas do Afeganistão. Haverá mais 50 voos e terminaremos a evacuação em 31 de agosto”, afirmou o mandatário.
(*) Com Ansa.