Pelo menos 600 mil trabalhadores (segundo os sindicatos, 175 mil na contagem do governo) saíram às ruas nesta quinta-feira (25/08) nas principais cidades chilenas para participar de manifestações em apoio ao segundo e último dia de greve geral. A paralisação foi convocada pela CUT (Central Unitária dos Trabalhadores), maior agremiação sindical do país. Desde ontem, foram registrados 456 presos e 78 feridos em confrontos entre os trabalhadores e os carabineiros, a polícia chilena.
Efe
Polícia jogou jatos d'água nos manifestantes
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Segundo o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, foram autorizadas 51 marchas em todo o país. Só na capital Santiago foram contabilizados 150 mil manifestantes (de acordo com os sidicalistas; 50 mil segundo o governo). O Chile tem uma população de aproximadamente 17 milhões de habitantes.
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Mesmo com clima predominantemente pacífico, houve focos de confronto em Santiago
O porta-voz do governo Andrés Chadwick, afirmou que a mobilização não cumpriu o objetivo de seus organizadores. “Quando se convoca uma greve, supõe-se que as pessoas não compareçam ao trabalho e, durante esses dois dias, isso não ocorreu. O que predominou hoje foi a presença de jovens e estudantes: o mesmo ambiente que conhecemos nas distintas marchas estudantis”.
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Os estudantes, liderados por Camila Vallejo (ao centro), se uniram aos sindicalistas na greve geral
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Apesar dos confrontos, prisões e barricadas em Santiago, Chadwick admitiu que as manifestações foram pacíficas “e os percursos traçados pelo governo foram cumpridos”.
“O governo está empenhado em demonstrar normalidade, quando todo o país sabe que o país não está normal hoje”, rebateu o presidente da CUT, Arturo Martínez.
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Cerca de 175 mil chilenos foram às ruas por mudanças
Até o início da noite de quinta-feira, segundo o jornal La Tercera, ainda são registrados episódios de paralisações de trânsito causados por barricadas montadas pelos manifestantes, como em frente à Universidade de Atacama, em Copiapó, além de Valparaíso, Hualqui e Temuco. Também foram percebidos cortes de energia elétrica, principalmente na capital Santiago e arredores.
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Grupo de carabineiros é atingido por balões de tinta em Santiago
Estudantes, professores e políticos da oposição aderiram à greve geral que vem no rastro das manifestações estudantis que mobilizam o país há três meses.
No entanto, neste caso, além da reivindicação de um sistema de Educação público, gratuito e de qualidade, os sindicalistas pedem mudanças do código trabalhista; no sistema previdenciário; uma ampla reforma constitucional e tributária; e o fortalecimento e melhor acesso à saúde pública.
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Jovem chilena é paralisada por carabineiros
Havia temores de que a greve atingisse as mineradoras de cobre e prejudicasse o fornecimento mundial, mas o funcionamento das minas não foi afetado.
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