O presidente peruano, Ollanta Humala, prometeu neste sábado (28/07), em ocasião do aniversário de 191 anos de independência do Peru e de seu primeiro ano no poder, acelerar os gastos sociais para tentar levar os benefícios do crescimento econômico do país à parcela mais pobre da população. No entanto, seu índice de aprovação popular continua em queda, de acordo com nova pesquisa realizada pelo instituto Ipsos-Apoyo. As informações são da agência de notícias Reuters e do jornal La Republica.
“Nós fizemos um progresso considerável nesse processo de crescimento inclusivo na democracia, mas também tenho que admitir que não conseguimos tudo o que nos propusemos a atingir, todo começo é difícil”, disse Humala no tradicional ato de mensagem à nação.
Agência Efe
O presidente do Peru, Ollanta Humala, no discurso à nação, formalizando seu primeiro ano de mandato
Ele afirmou que o objetivo do governo será reduzir os níveis de pobreza a 15%. “Começamos a estabelecer as bases para a grande transformação que o país anseia. Nós fizemos um progresso considerável no crescimento inclusivo e na democracia”, disse ele durante seu discurso, que foi realizado em sessão solene do Congresso.
Humala, no entanto, admitiu não ter avançado o quanto gostaria neste período. “Não conseguimos tudo o que nos propusemos a alcançar, todo começo é difícil”, acrescentou.
Pesquisa
De acordo com o Ipsos-Apoyo, a popularidade de Humala caiu sete pontos percentuais em relação ao mês anterior, chegando a 38%, enquanto sua taxa de reprovação está em 52%.
Sobre os temas prioritários que os entrevistados pedem que o governo dê prioridade, 22% estão mais preocupados com o combate contra a violência e a criminalidade; 13% pedem foco no combate à corrupção; 12% atenção no emprego e 11% no combate à pobreza e à fome.
O estudo, encomendado pela América Televisón, entrevistou 1.220 peruanos nas principais cidades do país.
Discurso
Em seu discurso, o presidente ressaltou os dados econômicos, ressaltando o crescimento de 20% no surgimento de novas empresas, a inflação próxima a zero e os investimentos para acelerar os investimentos públicos. Entre as novas obras estão uma nova linha para o trem elétrico e um novo aeroporto em Cuzco.
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Entre as principais medidas, o chefe de Estado anunciou um investimentos de 4 bilhões de soles (3,077 bilhões de reais) para a Saúde. “Não é possível que alguém fique sem tratamento contra o câncer por falta de recursos econômicos . (…) A princípio teremos uma cobertura para nove milhões de peruanos em Lima e nos arredores que se estenderá até 2016”.
Na área da Educação, elogiou e destacou a ampliação do programa Beca18, destinado a distribuição de bolsas para cursos técnicos e de ensino universitário. Agora, ele deverá ser estendido para cursos superiores de intercâmbio no exterior. Também destacou a implementação de unidades escolares nas zonas rurais e instalação de pontos de internet em escolas de bairros mais carentes, além de reforçar o incentivo do uso de bicicleta para crianças que estudem longe de seus bairros.
Na área de energia, Humala também anunciou um projeto de uso massivo de gás e um fundo de inclusão social energética, como a concessão de vales de 16 soles (12,3 reais) para fornecimento de gás doméstico. Também ofereceu um programa de fornecimento de painéis solares para os habitantes das regiões serranas e amazônicas.
O tema dos direitos da mulher também foi abordado. O chefe de Estado anunciou um projeto para incorporar o crime de feminicídio ao Código Penal, atendendo reivindicações de grupos feministas. Também anunciou a criação de 131 centros de emergência à mulher até 2016, com capacidade para atender 255 mil pessoas.
Protestos
Protestos sociais aumentaram recentemente em rejeição ao projeto de mineração Conga, de 5 bilhões de dólares, da Newmont, porque a população local acredita que as obras podem afetar fontes de água. Em protesto contra o Projeto Conga, cinco pessoas morreram no início de julho.
A mineração responde por 60% das exportações e é o maior contribuinte para as receitas do país.