Em local incerto desde que a oposição dominou a capital líbia, Trípoli, há quase duas semanas, o coronel Muamar Kadafi concedeu entrevista, nessa quarta-feira (07/09), por telefone, à TV Arrai, da Síria. Ele negou ter fugido para o Níger e classificou as informações sobre essa possibilidade de “guerra psicológica”.
O governo de Burkina Faso, que faz fronteira com o Níger, negou relatos de que teria oferecido asilo a Kadafi. As notícias sobre a eventual fuga de Khadafi para o Níger surgiram após a divulgação de informações sobre um comboio, com 200 a 250 carros blindados, pertencentes à equipe de Kadafi, que passou pela fronteira entre os dois países – o Níger é ex-colônia francesa e um dos países mais pobres do mundo.
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“Tudo o que resta é a guerra psicológica e as mentiras. Disseram ter visto recentemente Kadafi em um veículo rumo ao Níger”, disse o presidente na entrevista. “Quantos veículos de traficantes de bens e pessoas entram no deserto todos os dias para o Sudão, o Chade, Mali e a Argélia?”, perguntou ele. “Eles querem enfraquecer o nosso moral, não se preocupem com esse inimigo fraco e vil”.
Na entrevista à emissora síria, Kadafi indicou que vai resistir à pressão interna e externa e que não entregará o poder. “Os jovens estão agora prontos para aumentar a resistência contra os 'ratos' em Trípoli e acabar com os mercenários”, disse ele.
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Ontem, o ministro das Relações Exteriores do Níger, Mohamed Bazoum, admitiu que um grupo – de aproximadamente 20 pessoas – entrou na capital do Níger, Niamei. Segundo ele, os homens ligados a Kadafi estão “sob controle” do governo local e serão tratados de acordo com leis internacionais de refúgio. Também terão a liberdade de ir embora se quiserem.
A mulher de Kadafi e três filhos dele deixaram a Líbia e pediram abrigo na Argélia. Dois dias depois da chegada da família à Argélia, Aisha, filha de Kadafi, deu à luz o quarto filho – uma menina. O governo da Argélia informou ter recebido a família por “razões humanitárias”.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa, e a BBC Brasil
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