O presidente do Egito, Mohamed Mursi, prometeu nesta terça-feira (02/07) lutar por sua permanência no poder. Após opositores e Forças Armadas anunciarem que deram um ultimato de 24 horas para o chefe de estado renunciar, Mursi reuniu a cúpula do governo para organizar uma estratégia capaz de evitar a queda do seu governo — eleito em meados de 2012 após o processo revolucionário da Primavera Árabe.
A primeira medida foi rechaçar os ultimato da oposição e exército.
Agência Efe
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“O Egito, junto a todas suas forças, não se permitirá retroceder”, afirmou a Presidência, reiterando que o comunicado das Forças Armadas é “confuso” e que não “teve participação do governo em sua elaboração”. O comunicado do exército, no entanto, foi considerado por boa parte da comunidade internacional com um eminente anúncio de golpe militar.
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Na manhã de hoje (02), cinco ministros apresentaram carta de demissão ao governo. Agora já são nove ministros, entre eles o das Relações Exteriores, que não aguentaram a pressão e se delisgaram de Mursi. Segundo informações da Agência Efe, um porta-voz da Presidência negou que o primeiro-ministro Hisham Qandil também tenha apresentado o pedido de renúncia.
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Em nota oficial, o governo anunciou que o presidente se reúne em caráter de urgência neste momento. A Irmandade Muçulmana e os aliados islamitas do presidente convocaram seus seguidores a irem para as ruas do país, enquanto os opositores esperam levar novamente milhões para as ruas, como já fizeram no domingo passado. A Irmandade Muçulmana divulgou um comunicado no qual assegura ter informações “sobre planos para agredir os manifestantes (da oposição) e atribuir estes atos aos irmãos para instigar os cidadãos”.
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Segundo o Ministério da Saúde egípcio, nos últimos enfrentamentos registrados em oito províncias do país entre seguidores de Mursi e opositores 152 pessoas ficaram feridos.
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Sem diálogo ou aviso prévio à Presidência, os militares egípcios deram ontem um ultimato para as forças políticas do país chegarem a um acordo para colocar fim nas ondas de manifestações no país. Segundo informações da imprensa local, as Forças Armadas exigem que o governo atenda os pedidos das manifestações, caso contrário, irão anunciar “um novo roteiro para o futuro do país”.
Em pronunciamento lido na rede estatal, o general Abdel Fattah al-Sisi, o chefe do exército egípcio, afirmou que o crescimento da insatisfação popular na semana passada reflete uma expressão popular “sem precedente” de raiva contra o president Mursi.