A tensão entre as potências ocidentais e a Rússia, causada pela anexação da Crimeia, chegou aos perfis oficiais dos países nas redes sociais. Em sua conta no Twitter, a embaixada do Reino Unido em Moscou escreveu que as forças russas haviam instituído um “governo fantoche” na região e, em resposta, os russos explicaram aos “queridos colegas” que a “vontade do povo vem primeiro”.
Russian armed forces installed pro-Russian puppet administration and rail-roaded through referendum vote illegal. #Crimea #Ukraine
— UK in Russia (@ukinrussia) 19 março 2014
“O povo da Crimeia pensa diferente, queridos colegas! A vontade do povo vem primeiro, não vem?”, escreveu em seu Twitter a embaixada da Rússia na Grã-Bretanha.
@ukinrussia The people of Crimea think otherwise, dear colleagues! Will of people comes first, does it not?
— Russian Embassy, UK (@RussianEmbassy) 19 março 2014
Os britânicos não responderam à crítica e, no mesmo dia, escreveram que “a natureza fechada do referendo da Crimeia significa que não sabemos se a votação foi limitada apenas àqueles que tinham direito ou se os resultados são reais. Um voto de farsa”.
Com a polêmica estabelecida, nesta quinta-feira (20), a embaixada russa no Reino Unido publicou um comunicado para a imprensa no qual diz que o governo britânico afirma querer “manter relações diplomáticas normais com a Federação Russa”.
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“Boas relações devem ser valorizadas. O lado britânico deve cuidar de sua linguagem. Infelizmente, esse não é o caso da embaixada britânica em Moscou”, dizia o texto, referindo-se à publicação no Twitter.
O documento diz ainda que a “retórica dura, muito além dos limites, é para encobrir a inaptidão bruta da burocracia de Bruxelas, que administrou muito mal a iniciativa ucraniana de entrar na União Europeia, e sua falta de motivo para engendrar uma anexação do tipo da Guerra Fria nas fronteiras da Rússia, a ser paga com dinheiro dos contribuintes da UE”.
Nenhuma das embaixadas se pronunciou mais sobre o assunto no Twitter.
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou na terça-feira (18/03) um decreto de anexação da península da Crimeia, o qual não foi reconhecido pela Ucrânia, pela União Europeia e pelos Estados Unidos.