Três ataques de palestinos contra israelenses deixaram quatro morto e pelo menos 13 feridos em diferentes pontos de Israel nesta terça-feira (08/03) e outro ataque nesta quarta-feira (09/03) em Jerusalém terminou com dois palestinos mortos pela polícia israelense. Em encontro nesta manhã com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, criticou lideranças palestinas por não condenarem com veemência tais ataques.
Taylor Force, universitário e veterano de guerra norte-americano, morreu ontem durante um esfaqueamento em massa perpetrado por um palestino contra israelenses em Jaffa. Além deste incidente, outros dois ataques em Tikva e no leste de Jerusalém tornaram a terça-feira um dos piores dias na atual onda de violência iniciada em outubro do ano passado.
Agência Efe
O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta quarta-feira
O ataque em Jaffa aconteceu durante visita oficial do vice-presidente dos EUA. Biden estava a apenas 1,6 km de distância do local do ataque e declarou depois que sua esposa e seus netos estavam em um restaurante em frente à praia onde aconteceu o incidente.
De acordo com testemunhas, um homem atacou com uma faca diversas pessoas em diferentes pontos da costa de Jaffa ao longo de 20 minutos. Entre as vítimas estavam o norte-americano, que veio a falecer, e sua esposa, além de pelo menos outros três israelenses. O agressor foi morto pela polícia enquanto tentava fugir, e foi identificado como um palestino de 22 anos de Qalqiliya, cidade palestina na Cisjordânia.
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Na cidade isralenese de Petah Tikvah, um judeu ultra-ortodoxo foi atacado dentro de uma loja por um agressor não identificado, que foi morto esfaqueado com a arma que carregava. Em Jerusalém, no leste da cidade, um homem armado abriu fogo contra policiais israelenses, atingindo dois deles seriamente. Ele foi morto em seguida e foi identificado como um palestino de 25 anos morador do bairro palestino de Isawiya.
Na manhã desta quarta, dois homens dispararam contra um carro em Jerusalém e abriram fogo no entorno da Cidade Velha. Um homem ficou gravemente ferido e os agressores, identificados como palestinos de 20 e poucos anos moradores da cidade, foram mortos a tiros pela polícia, segundo autoridades israelenses.
Grupos como Hamas e Fatah, partido do presidente palestino, Mahmoud Abbas, celebraram os ataques, considerando os palestinos mortos como “mártires”. Nesta manhã, Biden criticou a posição de líderes palestinos por não condenarem os ataques. “Os Estados Unidos da América condenam estes ataques e o fracasso em condenar estes ataques. Este não pode ser um modus operandi aceitável”, declarou ao lado de Netanyahu durante entrevista coletiva à imprensa no gabinete do primeiro-ministro israelense.
Agência Efe
Policiais guardam local do ataque em Jaffa, que deixou um norte-americano morto e pelo menos 4 feridos
“Isto não pode ser visto por líderes civilizados como uma maneira apropriada de se comportar. Não é tolerável no século 21. Estão atacando civis, mães, mulheres grávidas, adolescentes, idosos, cidadãos norte-americanos”, continuou. “Não há justificativa para essa violência e os EUA se posicionam firmemente ao lado de Israel para que se defenda como nós também estamos nos defendendo no momento”.
Biden, que está na região para uma visita de dois dias durante a qual também vai se encontrar com líderes palestinos, afirmou porém que “a violência deve cessar”e que “isso não será feito somente pelo uso da força”.
“O vice-presidente deveria começar pelo crime real que é a ocupação e o colonialismo israelense, porque é este o ponto de partida para aqueles que querem paz no Oriente Médio”, declarou à agência de notícias AP Nabil Shaath, um conselheiro de Abbas.
Desde o início em outubro do ano passado da onda de violência denominada de “intifada das facas”, 28 israelenses e 4 estrangeiros morreram durante ataques de palestinos utilizando principalmente facas e outras armas brancas. No mesmo período, pelo menos 180 palestinos foram assassinados pelas forças de segurança de Israel após os ataques ou durante manifestações na região.