O recém-reeleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a defender nesta sexta-feira (09/11) o aumento de impostos para os norte-americanos mais ricos, tema que estará em pauta nas negociações para a redução do déficit do país.
Agência Efe
Na primeira aparição na Casa Branca desde que foi reeleito, Obama disse que não abrirá mão de alta de impostos aos mais ricos
Ele convidou líderes do Congresso, tanto democratas quanto republicanos, a participarem de negociações a partir da próxima semana para discutir e articular um pacto a fim de evitar o que está sendo chamado de “abismo fiscal: a partir de 1.º de janeiro de 2013, será encerrado o prazo de validade de uma série incentivos fiscais, subsídios e estímulos à economia dos EUA originários do Tesouro e acordados durante a administração de George W. Bush (2000-2008). Cerca de 660 bilhões de dólares deixariam de fluir para a economia dos EUA em 2014, cerca de 4% do PIB, o que, segundo especialistas, levaria o país a uma recessão.
Em sua primeira declaração pública na Casa Branca após a confirmação da vitória na madrugada de quarta-feira (07/11), ele lembrou que recebeu o aval dos eleitores para ir em frente com sua estratégia e pediu que o Congresso reflita sobre o desejo dessa maioria.
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“Nós não podemos nos desviar do nosso caminho para a prosperidade. Nós precisamos harmonizar cortes de gastos com mais arrecadação. Isso significa pedir aos americanos mais ricos que paguem um pouco mais de impostos”.
“Gostaria de lembrar que essa questão [taxação dos mais ricos] foi uma questão central durante a eleição. Foi debatida durante várias ocasiões. E, na terça-feira [06/11, dia da votação], vimos que a maioria dos norte-americanos concorda com minha estratégia”.
No entanto, sem abrir mão desses dois preceitos, ele afirmou estar aberto a acordos com seus rivais republicanos. “Não estou casado com cada detalhe de meu plano. Estou aberto a concessões e novas ideias. (…) Estou comprometido com a resolução de nossos desafios fiscais, mas me recuso a aceitar qualquer enfoque que não seja equilibrado”.
Oposição
Horas antes, em uma coletiva de imprensa, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, voltou a afirmar que o Partido Republicano é contra o aumento de impostos aos mais ricos.
O líder da Câmara pediu ao presidente para desempenhar um papel mais ativo para priorizar esse tema e pediu que ele tomasse a frente nas negociações. “Essa é a hora do presidente liderar. O momento de engajar o Congresso e trabalhar em prol de uma solução que consiga a aprovação das duas casa [do Congresso, a Câmara, de maioria republicana, e o Senado, que passará a ser de maioria democrata a partir de janeiro]”.