O empresário Donald Trump afirmou neste domingo (13/11) que renunciará ao salário de US$ 400 mil anuais (cerca de R$ 1,3 milhões) que lhe corresponderia como novo presidente dos Estados Unidos e indicou que não deve tentar prender Hillary Clinton, como havia dito que faria durante sua campanha caso fosse eleito.
O presidente eleito deu as declarações em entrevista para o programa “60 minutes” do canal CBS, sua primeira aparição na televisão após ganhar as eleições do dia 8 de novembro.
“Acho que por lei tenho que aceitar um dólar, portanto aceitarei um dólar por ano. Mas, o certo é que não sei sequer qual é o salário. Você sabem qual é?”, perguntou Trump durante a entrevista à jornalista Lesley Stahl, que lhe respondeu que a retribuição anual para um presidente dos EUA é de US$ 400 mil.
“Não vou aceitar esse salário, não o receberei”, afirmou Trump, que gastou boa parte de sua fortuna com programas de televisão, hotéis, cassinos e negócios imobiliários.
Agência Efe
Presidente eleito dos EUA, Trump afirmou que vai indicar juiz antiaborto e pró-armas para a Suprema Corte dos EUA
O republicano também indicou que não deve tentar prender Hillary Clinton, sua oponente nas eleições, pelo uso de um servidor de e-mail privado durante seu período como secretária de Estado (2009-2013), como havia ameaçado durante um debate no início de outubro.
“Vou pensar nisso”, disse Trump ao ser questionado sobre a possível prisão de Hillary. “Ela fez algumas coisas ruins. Eu não quero prejudicá-los [os Clinton]. Eles são boas pessoas, não quero prejudicá-los. E eu vou te dar uma resposta muito boa e definitiva [sobre isso] na próxima vez em que nós fizermos outro ‘60 minutes’.”
NULL
NULL
Trump falou também sobre a Suprema Corte dos EUA, composta atualmente por oito juízes após a morte em fevereiro do conservador Antonin Scalia. Compete ao presidente do país indicar os magistrados do alto tribunal, e Trump prometeu substituir Scalia com um juiz que seja contra o aborto, a favor do porte de armas e favorável aos valores da direita cristã.
O presidente eleito disse que se sente “bem” a respeito da decisão da Suprema Corte de legalizar o casamento homossexual no país, em junho de 2015. O alto tribunal estabeleceu da mesma maneira, em 1973, o direito ao aborto no país em âmbito federal, mas Trump indicou que deve tentar rever essa decisão, afirmando que o direito das mulheres à interrupção da gravidez deve ser competência dos Estados e não do governo federal.
Questionado sobre o que fariam mulheres que queiram abortar caso seu Estado venha a proibir o procedimento, o presidente eleito dos EUA afirmou que “elas vão ter que ir para outro Estado”.
Ele também falou sobre a intenção de deportar “até 3 milhões” de imigrantes que estejam em situação irregular nos EUA e que tenham cometido crimes no país e afirmou que o muro que prometeu construir na fronteira entre o país e o México deve consistir em uma “cerca” em alguns trechos.
Trump também exigiu o fim das agressões de seus apoiadores contra pessoas hispânicas, negras e membros da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgênero), grupos que denunciaram um aumento de ataques desde a vitória eleitoral do empresário.
O presidente eleito também disse que divulgará sua declaração de impostos “no tempo apropriado” e defendeu sua decisão de não divulgá-la durante a campanha eleitoral, como é costume nos EUA há décadas por parte de todos os candidatos à Presidência.
Do mesmo modo, Trump, que tomará posse no dia 20 de janeiro, pediu para quem se manifestou nas ruas contra sua eleição que “não tenha medo”.
*Com Agência Efe