O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou neste sábado (28/11) um decreto que impõe uma série de sanções econômicas à Turquia, a fim de garantir a segurança nacional do país e defender os cidadão de “ações criminosas”, informou o Kremlin.
As sanções, que segundo o decreto devem entrar em vigor a partir do dia 01 de janeiro de 2016, são mais uma medida de Moscou em retaliação a Ancara após o abatimento de um caça russo por forças turcas na última terça-feira (24/11).
Entre as provisões, o decreto suspende ou restringe, de acordo com uma lista a ser elaborada pelo governo, a entrada na Rússia de determinadas mercadorias procedentes da Turquia, além de versar sobre o trabalho de empresas turcas na Rússia e de pessoas turcas em empresas russas.
Agência Efe
O presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista no Kremlim na última quinta-feira
O presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista no Kremlim na última quinta-feira
O decreto assinado por Putin prevê também a suspensão de voos de aeronaves particulares entre os dois países e pede que operadores de turismo não vendam mais pacotes de viagens para a Turquia.
A Rússia anunciou na sexta-feira que vai suspender a norma que permite que cidadãos da Turquia entrem no país sem visto e vice-versa a partir do dia 01 de janeiro de 2016. O Ministério de Relações Exteriores turco pediu que seus cidadãos evitem visitas não-essenciais para a Rússia “até que a situação se resolva”.
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Turquia e Rússia têm uma relação econômica robusta: Moscou é o segundo maior parceiro econômico da Turquia, com mais de três milhões de turistas russos tendo visitado o país em 2014. Segundo o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, há cerca de 90 mil pessoas turcas trabalhando na Rússia; contando com suas famílias, o número de pessoas turcas vivendo em território russo pode chegar a 200 mil.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se recusa a se desculpar pela derrubada do caça, como deseja o governo russo. No entanto, neste sábado ele se declarou “triste” pelo incidente e pela tensão entre os dois países.
Agência Efe
Turcos realizam protesto em Istambul nesta sexta-feira (27/11) contra Putin
Turcos realizam protesto em Istambul nesta sexta-feira (27/11) contra Putin
Entenda
O caça Su-24 foi abatido por um jato turco F-16 na última terça-feira (24/11) próximo à fronteira entre a Turquia e Síria, onde a Rússia realiza incursões contra opositores do presidente Bashar al-Assad, apoiado pelo Kremlim. O governo de Erdogan, que se opõe a Assad, afirma que o caça entrou em seu espaço aéreo e que emitiu alertas antes de abatê-lo, o que a Rússia nega. O caça caiu em território sírio; um piloto russo foi morto por guerrilheiros sírios ao aterrissar de paraquedas e outro foi resgatado com vida.
A Rússia anunciou na quinta-feira (26/11) o controle sobre importações de produtos agrícolas e alimentos provenientes da Turquia. Moscou também cortou relações militares com Ancara e enviou navios antimísseis para a costa síria.
Erdogan declarou na quinta-feira (26/11) que a Turquia teria agido diferente caso soubesse que o caça era russo. “Se nós soubéssemos que era um avião russo, talvez tivéssemos alertado de um modo diferente”, disse Erdogan à emissora France 24.