A cúpula da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América) com autoridades indígenas e afrodescendentes começou nesta sexta-feira (24/6) no Equador com a presença de cerca de 300 funcionários dos oito países do bloco.
O encontro de dois dias acontece na cidade indígena de Otavalo, a 65 quilômetros da capital Quito, onde se encontrarão os presidentes de Bolívia, Venezuela e Equador para firmar uma declaração final junto aos delegados de Antígua e Barbuda, Cuba, República Dominicana, Nicarágua e São Vicente e Granadinas.
Efe
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi recebido pelo equatoriano Rafael Correa
Além dos presidentes, participam da cúpula autoridades eleitas ou designadas, entre ministros, prefeitos e deputados, que debaterão sobre funções públicas, a luta contra o racismo, iniciativas ambientais e o comércio entre os povos.
Após a saída de Honduras por decisão do regime ditatorial que deu o golpe de estado em junho de 2009, a Alba passou a ser formada por oito países. Ainda assim, o chanceler equatoriano ressaltou a importância da participação dos delegados hondurenhos presentes. “Honduras não está aqui, mas o espírito dos hondurenhos está”, afirmou.
A integração intercultural é um dos temas da reunião, da qual participam também autoridades indígenas e afrodescendentes.
Os participantes do encontro afirmam esperar mudanças em direção a Estados que garantam, cada vez mais, voz aos povos originários. Citado pela agência Ansa, o prefeito anfitrião, Mario Conejo, disse que o Estado plurinacional no Equador é um sonho que precisa ser melhor compreendido. “Sonhamos com um Estado plurinacional, mas estamos um pouco confusos porque não conseguimos entender como isso pode ser feito”, o indígena quíchua.
“Viemos para nos reconhecer entre os povos indígenas e para mostrar o que é intercultural em termos de gestão pública”, afirmou o prefeito boliviano Valentín Gutiérrez.
Para a secretária de Povos, Movimentos Sociais e Participação Cidadã do Equador, Alexandra Ocles, a cúpula servirá para que os membros da Alba reconheçam a diversidade de seus países e assim “mudem a cara da cultura e da política”.
“Estamos mudando a cara da política, que já tem rostos afrodescendentes, indígenas, e isso marca sem dúvida a mudança nas formas de fazer política”, afirmou Ocles, a primeira ministra negra do Equador.
Para a ministra de Povos Indígenas da Venezuela, Nicia Maldonado, “é a primeira vez que ocorre uma reunião de presidentes com os excluídos de sempre, os escravos de sempre, os indígenas 'selvagens' de sempre”, disse.
*Com agências
NULL
NULL
NULL