A ONU afirmou nesta sexta-feira (12/08) que “o pior” da crise provocada pela fome na Somália ainda não passou, após confirmar que há uma epidemia de cólera que, na atual situação de insalubridade, desnutrição e aglomeração de deslocados, é altamente perigosa.
“Não cometamos o erro de achar que o pior passou. Esta crise continua, com deslocamentos maciços, risco de propagação de doenças, aglomeração nos acampamentos e situações que devem ser superadas pelos trabalhadores humanitários no terreno”, sustentou o porta-voz do Acnur (Alto Comissariado da ONU para os Refugiados), Adrian Edwards.
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A esse conjunto de problemas se soma agora a confirmação de uma epidemia de cólera em Mogadíscio, para onde se deslocaram milhares de pessoas procedentes das regiões do sul da Somália mais afetadas pela seca.
Em entrevista coletiva, o especialista da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michel Yao, disse que em testes de laboratório foi confirmado “um número de casos três vezes mais elevado em comparação com um ano atrás, com o que podemos dizer que há uma epidemia de cólera em curso”.
Os casos de cólera foram confirmados principalmente em Mogadíscio, mas também foram observados surtos em áreas do sul do país.
Em Mogadíscio e na Somalilândia também foram confirmados casos de sarampo e dengue.
A rápida propagação da cólera foi atribuída por Yao à multiplicação dos assentamentos de deslocados em condições de extrema precariedade, ao difícil acesso à água potável e a serviços de saneamento básico, à alta taxa de desnutrição infantil, assim como à limitada capacidade dos centros de saúde.
O especialista confessou que sua organização teme uma rápida propagação dessa doença infecciosa como consequência dos “movimentos da população”.
Segundo dados da OMS, 53% dos casos de cólera são em crianças.
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