Roberto Almeida/Opera Mundi
Manfiestantes exigem salvo conduto a Julian Assange para deixar o país
A equatoriana expatriada Geovana Lasso, 34 anos, passou toda a tarde desta sexta-feira (17/08) em frente à embaixada de seu país em Londres, onde o fundador do Wikileaks, Julian Assange, se encontra refugiado. Moradora de Canterbury, a leste da capital, onde faz mestrado em desenvolvimento rural, ela não pensou duas vezes antes de pegar o trem para ver de perto a situação do pequeno pedaço de seu país no Reino Unido.
A representação diplomática do Equador em Londres está cercada por policiais há quase dois meses – Assange pediu refúgio no dia 19 de junho – mas desde a última quarta-feira (15), véspera do anúncio da concessão de asilo político ao jornalista australiano, o contingente foi multiplicado. As trocas de turno dos oficiais mobilizam pelo menos três vans policiais lotadas, como testemunhou o Opera Mundi.
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Na quinta-feira (16), dezenas de equatorianos se reuniram em frente à embaixada para esperar o anúncio do chanceler Ricardo Patiño sobre o asilo político a Assange. Assim que a concessão foi confirmada houve grande celebração na rua em frente à embaixada, com cantos de agradecimento ao presidente do país, Rafael Correa, e desfile com a bandeira nacional.
Os manifestantes fazem parte do Movimiento Ecuador en el Reino Unido, que desde 2007 reúne e presta auxílio à comunidade de expatriados no país. “Demonstramos a soberania de nosso país”, ressaltou o diretor da organização, Juan Carlos Piedra. Para membros do movimento, pró-Correa, a decisão reforça a popularidade do presidente. “O que o presidente disser, estamos juntos”, disse Belgica Guana, que mora em Londres há 16 anos.
Roberto Almeida/Opera Mundi
A estudante Geovana Lasso,em frente à embaixada equatoriana
O primeiro turno da eleição presidencial equatoriana acontecerá no dia 17 de fevereiro do ano que vem. Correa, que governa o país desde 2007, tentará a reeleição e o desfecho do caso Assange certamente será elemento importante na corrida eleitoral. Para a oposição equatoriana, a concessão de asilo a Assange vai na contramão das mudanças na legislação dos meios de comunicação no país.