O governo espanhol respondeu, nesta segunda-feira (16/04), à decisão da presidente argentina, Cristina Kirchner, de enviar ao Congresso de seu país um projeto de lei que prevê a expropriação de 51% das ações da Repsol-YPF e de intervir na direção da empresa.
Leia também:
Argentina anuncia retomada do controle da petrolífera YPF
Em anúncio televisivo, o ministro de Indústria da Espanha, José Manuel Soria, e o chanceler José Manuel García-Margallo afirmaram que o governo de Mariano Rajoy atuará contra a decisão com “medidas claras e contundentes, que serão divulgadas ao longo dos próximos dias”.
Soria afirmou que o governo argentino negou o diálogo e optou por uma decisão “hostil”, não somente contra a empresa Repsol, como contra a Espanha. Segundo García-Margallo, a decisão argentina “quebra o clima de cordialidade e amizade que sempre presidiu as relações” bilaterais.
Para os ministros espanhóis, o governo argentino foi “discriminador” já que anunciou uma lei que declara interesse público na atividade de produção, comercialização e distribuição de hidrocarbonetos, mas “só adotaram medidas em relação à Repsol”.
Quando questionado por jornalistas, o chanceler também confirmou a expulsão de diretores da YPF – filial da espanhola Repsol na Argentina -, classificando o gesto de “arbitrário e extravagante”, e garantindo que nunca viu gesto destas proporções ao longo de sua vida.
Logo após o anúncio de Cristina sobre o envio ao Congresso da lei prevê a passagem de 51% das ações da empresa para as mãos do Estado, das quais 49% seriam distribuídas às províncias produtoras de petróleo, o governo espanhol convocou uma reunião de urgência para estudar como reagirá à decisão argentina.
Anúncio esperado
Há meses o governo argentino denuncia a queda de produção por parte da empresa, decorrente da falta de investimentos. Cristina afirmou a medida se deve à política de “esvaziamento e não de produção” da companhia espanhola no país, o que, segundo ela, fez com que o saldo da balança comercial argentina sofresse uma redução de 150% em somente cinco anos.
O anúncio argentino veio acompanhado à assinatura de uma medida provisória – chamada de Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) na Argentina -, que determina a intervenção provisória da YPF S.A. por um prazo de 30 dias. Com a medida, o ministro de Planejamento argentino, Julio De Vido, assumiu a função de interventor estatal na empresa, em substituição à diretoria recém-dissolvida.
NULL
NULL