Atualizada às 18h27
Diante da impossibilidade de que o presidente em função Mariano Rajoy obtenha o apoio necessário para formar um governo na Espanha, o rei Felipe VI anunciou, nesta terça-feira (02/02), sua decisão de atribuir ao socialista Pedro Sánchez a missão de conquistar maioria parlamentar para governar o país. A informação foi divulgada pelo presidente do Congresso, Patxi López.
“Venho propor Pedro Sánchez como candidato à presidência do governo”, disse López, lendo o comunicado redigido pelo rei.
Agência Efe
Pedro Sánchez durante encontrou com o rei Felipe VI
Diante do novo cenário, o líder do partido movimento Podemos, Pablo Iglesias, ressaltou a Sánchez sua disponibilidade de formar um governo de coalizão de esquerda e voltou a mencionar a inviabilidade de uma união entre o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) e o Ciudadanos — força de centro-direita.
Felipe VI poderia ter aberto mais uma rodada de negociações para dar a Rajoy — cujo partido foi o mais votado nas eleições de dezembro — a possibilidade de conseguir, em uma terceira tentativa, obter a maioria, mas preferiu dar a Sánchez a oportunidade de fazê-lo para não prolongar o impasse vivenciado no país.
Sánchez começará imediatamente a tarefa de conseguir a maioria parlamentar com todas as formações, o que inclui o PP e o Ciudadanos, além do Podemos e demais partidos minoritários. De acordo com López, ele pediu entre três semanas e um mês para concluir o processo.
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Em encontro com Felipe IV, Iglesias criticou a demora de Sánchez de aceitar sua proposta de formar um governo de esquerda: “não posso entender como pode fazer os espanhóis esperarem dessa maneira. Quando te dizem: ‘pode ser presidente do govenro’… ficar sem fazer nada. É como se o vírus do imobilismo de Rajoy começasse a contagiar”.
Agência Efe
Iglesias fez proposta de governo de esquerda ao rei
Ele disse ainda que “um pacto do PSOE com o PP e o Ciudadanos contribui para romper a Espanha”, já um diálogo com o Podemos “contribui para iniciar um caminho de progresso”. “Oxalá Pedro Sánchez nos telefone. Se não o fizer, nós voltaremos a contatá-lo”, ressaltou.
Rajoy, por sua vez, fez questão de frisar que o PSOE se negou a formar um “governo de estabilidade” com o PP e o Ciudadanos, preferindo uma “aliança heterogênea e experimental” de esquerda, apoiada por independentistas.
Caso Sánchez não consiga obter a maioria, novas eleições serão convocadas provavelmente para o fim de junho.
