Na última semana, arqueólogos concluíram que um esqueleto, encontrado há dois anos em uma escola primária de Edimburgo (Escócia), pertenceu a um pirata de 50 anos que viveu no século 16.
Reprodução/ The City of Edinburgh Council
Uma das hipóteses é que esqueleto fora enterrado em uma vala rasa, mas especialista crê mais na possibilidade de enforcamento
O corpo de 600 anos foi encontrado junto com objetos de mais de 4.000 anos, próximo ao antigo porto de Newhaven. À época, contudo, os pesquisadores não sabiam a sua origem. Apesar de haver três cemitérios com corpos do século 16 nas proximidades, os restos mortais não estavam em nenhum deles, mas na instituição de ensino.
Em entrevista, concedida nesta terça-feira (12/01) ao site Live Science, o curador do Conselho de Arqueologia da Cidade de Edimburgo, John Lawson, ofereceu duas explicações possíveis para a localização e origem do esqueleto.
Segundo Lawson, o enterro do corpo não foi usual. “Ele [o esqueleto] foi enterrado no que parece ser uma vala rasa, meio de lado, quase como se tivesse sido jogado”, disse Lawson. “Parece que ele foi assassinado. Podemos imaginar uma pessoa sendo morta e rapidamente enterrada na areia próxima às docas”, afirmou.
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Outra possibilidade — e a mais provável — é a de que o esqueleto tenha pertencido a um infrator da lei morto por seus crimes. “Nos anos de 1550, uma forca foi erguida no porto de New Haven para execuções públicas”, contou Lawson.
As forcas, comuns na Escócia e na Inglaterra durante esse período, eram utilizadas não somente para execuções mas também para exibir os corpos dos mortos, servindo de advertência para outros criminosos.
Quando o corpo do pirata foi encontrado, vários dos ossos das mãos e dos pés estavam faltando em seu esqueleto. Segundo o arqueólogo, isto seria esperado se o homem realmente foi enforcado, visto que, conforme o corpo apodrece pendurado na forca, os ossos menores das mãos e dos pés se soltam e, portanto, se perdem.
E, dada a localização do corpo, o mais provável é que o homem tenha sido um pirata. “Se ele realmente foi enforcado, os crimes mais prováveis de ter cometido são contrabando e pirataria. Se for este o caso, então este pobre indivíduo foi um pirata”, explicou.
Nicolas Raymond/FlickrCC
Bandeira Jolly Roger, usada por navios piratas para identificação