O PCF (Partido Comunista Francês) e o FG (Frente de Esquerda), as duas principais correntes de esquerda da França, manifestaram nesta sexta-feira (05/07) apoio à destituição do presidente egípcio Mohamed Mursi pelas Forças Armadas do país norte-africano.
Em comunicado, assinado também pela Esquerda Europeia, aliança formada pelos partidos comunistas e socialistas da União Europeia, eles consideram o processo como um primeiro passo para reativar a economia e combater as urgências sociais provocadas, na opinião deles, pela administração das forças políticas coordenadas pela Irmandade Muçulmana.
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Para a esquerda francesa, o poder de Mursi e da Irmandade perdeu toda a legitimidade ao virar as costas para osobjetivos da Primavera Árabe, ou seja, tornar o Egito um país verdadeiramente democrático e soberano.
Leia abaixo a íntegra do comunicado:
“Ao lado do povo egípcio
As Forças Armadas do Egito, como já haviam antecipado, colocaram fim ao poder da Irmandade Muçulmana, contra a qual milhões de egípcios se levantaram, exigindo a partida. Esse poder havia perdido toda legitimidade ao virar as costas aos objetivos da Revolução.
Hoje o Egito entra em uma nova etapa de sua história. Iniciada e impulsionada pelo movimento Tamarod, o roteiro foi discutido e adotado por todos os partidos da oposição, de autoridades religiosas e do exército. Trata-se de um plano que não suscita ambiguidade: a instalação de um governo provisório sob a chefia do presidente da Alta Corte Constitucional, encarregado de preparar a futura eleição presidencial e a elaboração de uma nova Constituição.
Esse processo deve ser levado até as últimas consequências para permitir que o povo egípcio retome a palavra e que possa livremente decidir o seu destino.
É um primeiro avanço. Porém, resta tudo a ser feito. Com efeito, as urgências sociais em matéria de luta contra a pobreza e o desemprego são consideráveis. A necessidade de reativação da economia deve ser prioritária. É necessário ajudar o povo egípcio a sair do marasmo atual marcado a um só tempo pela incúria da Irmandade Muçulmana e as políticas neoliberais.
O Partido Comunista Francês está ao lado do povo egípcio, das forças democráticas e progressistas, por ‘‘Pão, Liberdade, Justiça Social’’ e por um Egito democrático e soberano.”