Juventude sem futuro. Este é o tema dos protestos que mobilizam jovens, principalmente universitários, em Portugal, na Espanha, na Itália e no Reino Unido. Além da falta de oportunidade no mercado de trabalho, o que tem deixado os estudantes descontentes é que, diante da crise econômica e dos elevados índices da dívida pública, a solução encontrada pelos governos foi reduzir seus orçamentos, com os principais cortes na educação.
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O próximo ato será realizado na próxima quinta-feira na Espanha, organizado pela plataforma Juventude Sem Futuro. O grupo usa as redes sociais como o principal instrumento de divulgação das manifestações e alega que o governo quer formar uma geração sem empregos e sem direito a pensões dignas.
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“Estamos nos dirigindo à opinião pública para mostrar nosso descontentamento com a política de cortes sociais do governo, além da conseqüência mais grave e com maior impacto no futuro que estas medidas representam: a juventude mais preparada de nossa historia viverá pior que seus pais”, argumentam, por meio de um comunicado no site do grupo.
Com o slogan “Salvam os bancos, destroem a educação”, eles afirmam que a Espanha passa por um processo de “mercantilização da educação pública”, que vai dificultar ainda mais a entrada dos jovens no mercado de trabalho.
A Espanha – quarta maior economia da zona do euro – ainda não conseguiu superar a recessão e se tornou uma das maiores vítimas da crise econômica. Na semana passada, anunciou a redução em 30% do número de estatais, o corte de mais de 500 cargos executivos nas empresas públicas e o fim de 32 postos de confiança no governo. A meta é reduzir os gastos da máquina pública em 50 bilhões de dólares em três anos. De acordo com dados oficiais, mais de 20% da população está desempregada. Em algumas regiões, esse número chega a 27%.
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Já os jovens italianos se preparam para uma grande manifestação no próximo sábado. Mais de 6.500 pessoas seguem a página do grupo Il nostro tempo è adesso (Nosso tempo é agora) no Facebook. “Somos uma geração de desempregados, mal pagos ou forçados a um trabalho invisível e gratuito, condenados a sermos dependentes dos nossos pais”, afirmam os organizadores do ato.
Em fevereiro, os portugueses chamaram atenção pelos protestos da denominada “geração à rasca”, em defesa de “uma mudança qualitativa do país” que encontre uma solução para a “falta de perspectivas”. Contra a precariedade e a falta de oportunidades de trabalho, o movimento que havia começado na capital, Lisboa, estendeu-se a várias cidades e reuniu manifestantes de diferentes idades.
No Reino Unido, em novembro do ano passado, foram os estudantes que lideraram os protestos contra o plano de austeridade do governo, que tinha o aumento das taxas universitárias como principal consequência.
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