Wikicommons
Os Estados Unidos garantiram nesta sexta-feira (20/09) que não negaram visto a nenhum funcionário venezuelano para viajar para a Assembleia Geral da ONU, apesar das acusações do presidente Nicolás Maduro e da queixa apresentada por Caracas perante as Nações Unidas.
Leia mais:
Força Aérea dos EUA esteve prestes a detonar bomba nuclear na Carolina do Norte em 1961
“Não se negou nenhum visto para a delegação venezuelana para a Assembleia Geral da ONU deste ano”, disse aos jornalistas a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, em sua entrevista coletiva diária.
Leia mais:
Obama diz que EUA serão “caloteiros” se não elevarem teto da dívida
Maduro havia acusado os EUA na quinta-feira (19) de negar vistos a funcionários do seu governo para ir a Nova York na próxima semana, quando se realizam os debates da 68ª Assembleia Geral da ONU. “Não aceito que os EUA neguem o visto a meus funcionários, se tiver que tomar medidas diplomáticas, tomarei. Os EUA não são donos da ONU”, protestou o presidente. “Não podemos permitir que os EUA condicionem o acesso à ONU a nenhum chefe de Estado”.
Leia mais:
Câmara dos EUA aprova corte de fundos para reforma da saúde de Obama
Mais cedo, Maduro havia dito também que os norte-americanos não haviam permitido que seu avião sobrevoasse seu espaço aéreo no caminho para a China, o que ele considerou uma agressão ao seu governo. Os EUA, por sua vez, por meio de comunicado de Harf, disseram que a Venezuela não seguiu os passos apropriados em seu pedido de passagem do avião, notificando Washington com apenas um dia de antecedência, em vez dos três exigidos.
NULL
NULL
“Apesar de o pedido não ter sido devidamente apresentado, as autoridades norte-americanas trabalharam com autoridades venezuelanas na embaixada da Venezuela para resolver o problema. Autoridades norte-americanas fizeram um esforço extraordinário para trabalhar com as autoridades competentes para conceder a autorização de sobrevoo em questão de horas”, continuava o comunicado.
O embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, chegou a enviar ontem uma carta de protesto ao secretário-geral do órgão, Ban Ki-moon. “O governo da República Bolivariana da Venezuela exige que as Nações Unidas convoquem o governo dos Estados Unidos para que cumpra estritamente suas obrigações internacionais, por meio da eliminação de todos os obstáculos para a entrada do presidente Nicolás Maduro e sua comitiva”, escreveu.
O incidente é mais um foco de tensão nas relações entre Venezuela e Estados Unidos. Os dois países não têm embaixadores nas capitais um do outro desde 2010. Maduro ainda não confirmou se participará da assembleia da ONU, embora, segundo o encarregado de negócios da Venezuela nos EUA, Calixto Ortega, o presidente venezuelano irá e inclusive discursará na sessão do próximo dia 25.