Os Estados Unidos deram início nesta terça-feira (26/08) a voos de reconhecimento sobre a Síria como possível passo prévio a futuros ataques contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), informaram a agência de notícias AP e a rede CNN. Esses voos são realizados em uma combinação de diferentes aeronaves, entre elas “drones” (aviões não tripulados) e outros aviões especiais, explicaram fontes do Departamento de Defesa ao NYT.
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Efe
Funeral do jornalista norte-americano James Foley em Rochester, EUA. Assassinato desatou escalada de Washington contra EI
“Os voos são uma passagem significativa rumo à ação militar direta dos EUA na Síria, uma intervenção que poderia alterar o campo de batalha na guerra civil de três anos na nação”, relataram as fontes do Pentágono. Segundo as mesmas fontes, a administração Obama “não tem a intenção” de notificar o governo de Bashar al Assad sobre esses voos de reconhecimento.
Nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, deixou claro que o governo de Bashar al Assad permitirá que os EUA ataquem os jihadistas dentro de suas fronteiras sempre e quando for “em coordenação prévia” com suas autoridades.
De acordo com a Casa Branca, a intenção com os voos é a de obter informações mais claras sobre os milicianos do EI, que assumiram o controle de parte do território da Síria e do Iraque. Durante duas semanas, os EUA realizaram ataques aéreos limitados contra os militantes do EI no norte do Iraque, especialmente nos arredores da represa de Mossul.
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O assassinato do jornalista norte-americano James Foley por parte do EI e a crescente preocupação do Ocidente com a ameaça dos extremistas têm gerado especulações sobre uma ampliação dos ataques aéreos dos EUA ao território sírio. Segundo o WSJ, o Comando Central norte-americano, que supervisiona as forças dos EUA no Oriente Médio, solicitou o envio de mais aviões de vigilância para obter informações sobre potenciais objetivos do EI na Síria.
Assassinatos
O EI assassinou “a sangue frio” nas últimas três semanas quase mil pessoas no Iraque, seqüestrou mais de 2,5 mil e está recrutando ativamente menores de idade para usá-los como “escudos humanos”, disse nesta segunda-feira a ONU.
Em comunicado, a Alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou as atrocidades cometidas pelo grupo jihadista no Iraque, ações que podem constituir “crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.
“Estes crimes incluem assassinatos programados, conversões forçadas, sequestros, escravidão, abusos sexuais, destruição de lugares de culto e de comunidades inteiras por sua afiliação étnica ou religiosa”. Segundo os dados da ONU, só na província de Ninawa “centenas de yazidis foram assassinados e até 2,5 mil sequestrados a princípios de agosto”.