Em viagem pelo Oriente Médio, o enviado dos Estados Unidos para a região, George Mitchell, declarou hoje (26) que o objetivo de seu país é conseguir uma “paz global” entre Israel e seus vizinhos árabes. A declaração foi feita durante uma reunião com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, na cidade israelense de Tel Aviv e faz parte de um giro diplomático que busca maneiras de conversação entre os líderes locais.
Mitchell reafirmou ao ministro o compromisso norte-americano com a segurança do país, apesar das tensões entre Israel e Estados Unidos por conta da recusa israelense em interromper as construções nas colônias judaicas, uma exigência do presidente Barack Obama.
As conversas “têm o objetivo de aprofundar no que temos em comum, um desejo de uma paz global no Oriente Médio que inclua Israel e Palestina, Israel e Síria, Israel e Líbano, e a normalização das relações com todos os países da região”, declarou Mitchell. “O compromisso americano com a segurança de Israel é inquebrantável e não mudará”, acrescentou.
A situação entre Estados Unidos e Israel é delicada, especialmente depois de o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ter rejeitado na semana passada paralisar obras para famílias judias em um polêmico assentamento em Jerusalém Oriental.
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Assentamentos
O governo norte-americano exige que Israel suspenda construções nos assentamentos da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – pedido que foi negado várias vezes pelo país, criando uma desconfiança mútua.
Ehud Barak quer cessar as construções nos assentamentos enquanto seja possível seguir as obras dos projetos em curso, como parte de um acordo que inclua também uma série de medidas por parte dos países árabes para começar a normalizar suas relações com Israel, aponta a imprensa local.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse na semana passada aos ministros de Assuntos Exteriores da União Europeia que Israel aceitaria suspender de forma temporária a construção nas colônias judias.
Sobre as declarações de Hillary, fontes israelenses e americanas citadas pelo jornal Haaretz confirmaram que as partes estão perto de chegar a um acordo, mas anteciparam que esta questão não será colocada publicamente por Mitchell em sua atual visita à região.
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, condiciona o reatamento do processo de paz com Israel – suspenso desde o começo do ano – à interrupção total das obras de construção nas colônias.
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Oriente Médio
Mitchell chegou hoje à tarde da Síria, onde se reuniu com o presidente, Bashar al-Assad, a quem transmitiu que os Estados Unidos consideram que Damasco pode colaborar para um acordo de paz entre israelenses e palestinos.
Barak agradeceu hoje o enviado norte-americano pelos esforços para conseguir a paz na região, em particular para um acordo entre israelenses e palestinos, e disse que “estamos preparados para realizar qualquer esforço necessário para alcançá-lo”.
Nas últimas semanas, ambos se reuniram em Nova York e Londres, onde analisaram a possibilidade de conseguir um compromisso sobre a expansão de assentamentos, um dos principais empecilhos do conflito palestino-israelense.
O enviado deve seguir amanhã para Ramala, sede da ANP, para se reunir com Abbas, antes de se encontrar com Netanyahu na terça-feira (28) em Jerusalém.
O ex- senador George Mitchell , já tem experiência em acordos de paz, pois foi o arquiteto da paz na Irlanda do Norte na década passada .
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