O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu suspender o plano para construir uma base de radar na República Tcheca como parte do projeto para instalar um escudo antimísseis, disse hoje (17), em Praga, o primeiro-ministro tcheco, Jan Fischer.
“Após a meia-noite, Barack Obama me telefonou para notificar que os Estados Unidos retiram seu plano de construir uma base de radar”, afirmou. Fischer contou que o presidente Obama se limitou a fazer uma comunicação “muito breve”, mas que uma delegação de Washington visitará hoje Praga para explicar os detalhes desta decisão.
Esta é a primeira confirmação oficial dos países afetados por este plano, a República Tcheca e a Polônia, depois que o jornal americano The Wall Street Journal informou sobre a medida de Washington. O jornal assegura que a decisão se justifica pelo pouco progresso iraniano em seu programa de desenvolvimento de mísseis de longo alcance em relação às anteriores previsões, o que supostamente reduziria a ameaça sobre os Estados Unidos e as principais capitais européias.
“Sabíamos que este plano estava sendo avaliado, segundo as prioridades dos Estados Unidos e as novas valorações das ameaças atuais, e que um variante desta revisão era o cancelamento deste projeto”, disse Fischer.
“Não faz sentido continuar com o processo de ratificação”, disse o ministro de Assuntos Exteriores tcheco, Jan Kohout, em referência ao fato de que o acordo sobre a instalação do radar estava à espera de ser ratificado pela Câmara Baixa da República Tcheca.
A construção do escudo antimísseis no Leste Europeu, um projeto impulsionado pela anterior administração de George W. Bush, previa posicionar um radar de controle na República Tcheca e dez plataformas de lançamento de mísseis na Polônia que interceptassem mísseis procedentes de países do “eixo do mal”, principalmente do Irã.
Rússia
“Se houve uma revisão da posição da nova Administração americana em relação ao escudo, isso seria um indício positivo”, afirmou Andrei Nesterenko, porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores russo, citado pelas agências locais.
O diplomata negou a possibilidade de que tenha havido algum tipo de “trato” entre Rússia e Estados Unidos em troca da suspensão dos planos de posicionar o escudo, considerado por Moscou uma ameaça direta para sua segurança.
“Essas são especulações. Isso não corresponde a nossa política, nossas formas de solucionar os problemas em relação a outros países, independente do quão complexo e delicados sejam”, disse.
Otan
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, qualificou de “passo positivo” a decisão dos Estados Unidos.
O Conselho do Atlântico Norte – que reúne os embaixadores dos 29 países aliados – se reunirá esta tarde para ouvir uma exposição sobre os planos de defesa antimísseis dos representantes americanos, anunciou Rasmussen, em um encontro com o governo belga.
Segundo Rasmussen, isso dá “uma clara impressão de que os planos norte-americanos implicam a Otan em um grau elevado”.
Atualizado às 10h52
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