O presidente da Bolívia, Evo Morales, rejeitou nesta terça-feira (28/12) que a alta do preço dos combustíveis seja conseqüência do “fracasso” de sua política econômica e da nacionalização do petróleo, tal como criticaram opositores e analistas.
“Alguns opositores dizem que a política econômica de Evo Morales fracassou e por isso está subindo o combustível. Não. Estamos fazendo isso para que a gasolina não vá embora”, disse Morales.
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O presidente comentou o assunto em discurso pronunciado em Puerto Acosta, no qual explicou que “foi obrigado” a tomar a decisão de aumentar o preço dos combustíveis, o que provocou ao mesmo tempo um aumento no custo dos alimentos.
O preço dos principais combustíveis subiu entre 57% e 82%, o que levou as transportadoras aplicarem por sua conta uma alta nas tarifas entre 50% e 100%, enquanto a Autoridade de Transportes autorizou só 30% de aumento.
Entre as críticas à política econômica de Morales está a do analista Gonzalo Chávez, que, em declarações à Agência Efe, disse nesta terça-feira que “há crise de fome fiscal” que o Governo pretende cobrir com uma alta de preços que não têm uma justificativa “sólida”.
“É uma medida rara para quem diz que está fazendo um processo de mudança, porque é extremamente neoliberal, é a típica coisa que recomendaria o Fundo Monetário Internacional”, apontou.
O analista Armando Álvarez, ex-gerente da Bolsa Boliviana de Valores, sustentou que a medida tomada por Morales é correta porque era necessária para incentivar os investimentos na área.
No entanto, questionou que o governo tenha demorado tanto em elevar os preços e não o tenha feito em forma gradual, já que o impacto agora será maior para a população.
Em diferentes cidades do país, como El Alto e Cochabamba, houve protestos contra a alta, enquanto centenas de pessoas formaram filas nas portas dasdistribuidoras de alimentos que também subiram seus preços.
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