O ex-chefe da campanha presidencial de Donald Trump, Paul Manafort, se entregou ao FBI na manhã desta segunda-feira (30/10) após denúncias envolvendo a relação entre a campanha presidencial de Trump e o governo russo. Manafort e seu ex-assessor, Rick Gates, irão responder por 12 acusações. Os dois são os principais apontados em um inquérito especial liderado pelo procurador Robert Muller, aberto depois de Trump assumir o cargo.
O procurador tomou a decisão após depoimentos de pessoas ligadas à campanha presidencial. De acordo com a emissora CNN, Manafort e Gates responderão por conspiração contra os EUA, conspiração para lavar dinheiro, declarações falsas e enganosas à lei de registro de agentes exteriores dos Estados Unidos, agente não registrado para um diretor financeiro, além de sete acusações sobre falhas em relatórios de contas bancárias estrangeiras.
Segundo portais de notícia dos EUA, Manafort e Gates teriam também movimentado mais de 75 milhões de dólares em paraísos fiscais e contas de offshores. Sobre Manafort recai a acusação de ter lavado cerca de 18 milhões de dólares.
Donald Trump afirmou que o indiciamento de Manafort usa dados anteriores ao seu trabalho com o republicano. “Desculpe, mas isso foi há anos, antes de Paul Manafort ser parte da campanha de Trump. Mas por que e corrupta Hillary e os Dems (Democratas) não estão no foco? Além disso, NÃO HÁ CONLUIO”, escreveu o presidente em seu Twitter.
Sorry, but this is years ago, before Paul Manafort was part of the Trump campaign. But why aren't Crooked Hillary & the Dems the focus?????
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 30 de outubro de 2017
….Also, there is NO COLLUSION!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 30 de outubro de 2017
NULL
NULL
Disney ABC Group/Flickr CC
Manafort e seu assessor foram indiciados por ligações ilegais entre campanha de Trump e membros do governo russo
Histórico
Agentes do FBI haviam feito uma ação de busca e apreensão em uma das casas de Manafort em julho deste ano, segundo informações do jornal americano Washington Post. De acordo com o jornal, a busca aconteceu 24 horas depois de o ex-chefe de campanha prestar depoimento e entregar documentos para a Comissão de Inteligência do Senado, que investigava casos de ligações entre ele e o governo da Rússia. O ex-chefe de campanha é um dos principais investigados no caso que foi apelidado de “Russiagate”.
Manafort teria se reunido com a advogada russa Natalia Veselnitskaya, durante a campanha presidencial, em um encontro que contou também com a presença do filho de Trump. O filho do mandatário informou ao Congresso que se reuniram com a advogada após ela ter informado possuir dados sigilosos sobre Hillary Clinton, concorrente direta de Trump.
Desde a campanha eleitoral, assessores da campanha de Trump já estavam sendo acusados de supostas ligações com o governo russo e com os ataques hackeres feitos aos democratas na corrida eleitoral do ano passado.
Manafort renunciou ao cargo ainda durante a disputa presidencial, em agosto do ano passado, após a revelação de que teria ligações com o ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovic. Segundo as denuncias, o ex-mandatário teria recebido 12 milhões de dólares de políticos ucranianos pró-Rússia.
Ex-colaborador da campanha afirmou ter mentido ao FBI
O ex-colaborador voluntário da campanha presidencial de Trump, George Papadopoulos, se declarou culpado por ter dado falso testemunho ao FBI durante as investigações do caso, informou o escritório do procurador Mueller.
Segundo a nota, o ex-colaborador disse ter mentido “sobre o tempo, a extensão e a natureza de suas reçaões e de sua interação com certos estrangeiros que tinha entendido serem pessoas próximas a dirigentes do governo russo.
Em e-mail enviado em março de 2016, Papadopolos propôs um encontro entre dirigentes russos e membros da campanha presidencial, sob o título de “encontro com lideranças russas, incluindo (Vladimir) Putin”. A proposta teria sido rejeitada por Paul Manafort.
(*) Com informações de Ansa