A ex-integrante da Conare (Comissão Nacional de Refugiados) do Paraguai, Aída Robles, denunciou nesta quinta-feira (20/01) que o ex-governador boliviano de Tarija, Mario Cossío, conseguiu o refúgio político no país graças ao apoio de empresários e políticos de direita paraguaios.
“Um senador paraguaio disse que o ex-governador boliviano chegou ao Paraguai com sua ajuda e de um deretor de um jornal local. É evidente que ele está protegido tanto por empresários quanto por políticos opositores ao governo do presidente Fernando Lugo”, disse Robles em uma entrevista ao portal de notícias venezuelano TeleSur.
Robles, que não faz mais parte do Conare, dexiou seu cargo por conta da concessão de refúgio. “Por conta das pressões políticas e de empresários, assim como de outros interessados em conceder o refúgio a Cossío sem nenhum tipo de estudo e análise, me vi obrigada a renunciar”, afirmou.
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Segundo ela, as pressões existiram desde o primeiro momento para que o Paraguai concedesse o refúgio ao ex-governador, o que impediu a Conare de fazer um estudo minuscioso do caso. “Eu cheguei a argumentar que não teríamos tempo suficiente para analisar os documentos que foram enviados da Bolívia e os que foram apresentados por Cossío. Eram acusações profundas e que demandavam um estudo profundo”, garantiu.
A ex-integrante da Conare explicou que os documentos apresentavam duas posições: enquanto Cossío alegava temer por sua integridade física e ser um perseguido político, nos documentos enviados pela embaixada boliviana constam que o ex-governador foi destituido temporariamente do cargo por ser acusado de corrupção.
“Desta forma, a concessão de refúgio para uma pessoa solicitada pela justiça torna-se bastante delicada, já que pode gerar uma situação constrangedora entre os países, pois desvirtua o princípio da Conare de refugiar apenas os perseguidos políticos”, argumentou Robles.
Em 2003, o governador foi acusado de descumprir com seus deveres quando foi prefeito de Tarija e de ter uma conduta antieconômica por não executar um boleto de garantia de 1,3 milhões de bolivianos – equivalente a 305.640 reais – de uma construtora que aparentemente descumpriu um contrato.
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