O ex- presidente da Costa Rica e candidato à Presidência, Rafael Angel Calderón (1990-1994), foi condenado por unanimidade a cinco anos de prisão por corrupção. Essa é a primeira condenação de um ex-presidente do país.
O escândalo envolvendo o ex-presidente surgiu em 2004, quando foi descoberto um desvio de verbas de um empréstimo de 39,5 milhões dólares (86 milhões de reais) que a estatal Caixa Costa-Riquenha de Seguro Social (CCSS), que gere os hospitais públicos, tomou do governo da Finlândia para compra de equipamentos médicos.
O crédito foi aprovado em 2001 pelo Congresso, quando Calderón já não era presidente da Costa Rica. Mesmo assim, segundo a acusação, ele recebeu na época 520 mil dólares em sua conta bancária no Panamá. A promotoria diz que, do empréstimo, 8 milhões foram desviados para repartir em comissões entre políticos e funcionários públicos.
O tribunal também condenou a diferentes penas de prisão sete coacusados de receber propinas para a compra de equipamento da empresa finlandesa Instrumentarium Medko.
O juiz Alejandro López McAdam, que leu a sentença contra Calderón, negou o pedido da promotoria para que o político fosse imediatamente detido, enquanto corre o processo de apelação.
Eleições
A Promotoria pediu uma pena de 24 anos de prisão para Calderón, líder do opositor Partido Unidade Social Cristã, que planejava concorrer à presidência nas eleições de fevereiro de 2010.
“Não há autoridade moral para pedir votos se uma pessoa foi sentenciada por um tribunal”, disse Calderón aos jornalistas.
A renúncia de Calderón à candidatura colocou o PUSC em uma situação difícil, pois o prazo para a inscrição dos candidatos termina no dia 23 de outubro. As eleições será realizadas em 7 de fevereiro de 2010.
“Não há um plano B”, confessou o líder do partido, Luis Fishman ao La Nacion.
Não há pesquisas de opinião com o nome de Calderón. O atual presidente da Costa Rica, Oscar Arias, do Partido Liberação Nacional, apoia a candidatura da oficialista Laura Chinchilla, que tem 55% na última sondagem, de 24 de setembro. O segundo colocado, do Partido Ação Cidadã, tem 13%.
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