O Exército sudanês bombardeou a sede do governador da província do Nilo Azul, Malik Aqar, na região leste do país. Em entrevista à agência de notícias Efe nesta sexta-feira (02/09), Aqar revelou ser chefe do grupo separatista MPLS-N (Movimento Popular para a libertação do Sudão do Norte), o que pode ter sido motivo de retaliação.
Aqar, governador desde abril de 2010 e chefe do MPLS-N desde a independência do Sudão do Sul, no mês de julho, explicou que sua sede foi atacada na noite de quarta-feira (31/08), justamente depois que as forças armadas sudanesas interceptaram alguns militantes do movimento na saída de Ad Damazin, capital da província.
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“Nossas forças não começaram o ataque, mas reagiram para se defender”, justificou Aqar, afirmando que ainda estão tentado obter informações sobre as vítimas desta agressão.
O MPLS-N é a facção no Sudão do MPLS, grupo que lutou pela independência do Sudão do Sul durante duas décadas. Atualmente, o MPLS governa o novo país que nasceu em julho.
Aqar não descartou que os conflitos entre o Exército sudanês e os militantes de seu movimento possam gerar uma guerra civil na província.
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O temor é que conflito possa repetir no Nilo Azul uma situação parecida com a dos combates registrados na província de Cordofão do Sul desde o início de junho, apesar de várias tentativas fracassadas de cessar-fogo.
Em 15 de agosto, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos denunciou que durante os combates de junho houve muitos crimes contra a humanidade nesta região rica em petróleo, fronteira com a República do Sudão do Sul.
Mais de 2 milhões de pessoas morreram na guerra entre o sul do Sudão e o governo central.Os conflitos começaram em 1983, quando o regime de Cartum impôs a sharia (lei islâmica) em todo o país, levando os rebeldes sulinos, de maioria cristã, a partir para luta armada.
O conflito acabou com a assinatura de um acordo de paz definitivo em 9 de janeiro de 2005, que incluía a formação de um governo autônomo transitório e a realização de um plebiscito após seis anos. A votação ocorreu em janeiro deste ano e, por quase unanimidade dos participantes (98%), foi decidida a favor da secessão.
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