O Facebook decidiu nesta segunda-feira (26/08) retirar o livro Mein Kampf, de Adolf Hitler, da lista de obras suscetíveis de serem recomendadas a seus usuários. A decisão vale só para a França, após um incidente no perfil de um internauta ter gerado forte reclamação.
Reprodução/Le Pays
O livro Mein Kampf, quarto da esquerda para a direita, recomendado pelo perfil
No domingo, o jornal local Le Pays, que circula no departamento de Belfort (nordeste da França), publicou uma reportagem em que uma bibliotecária da pequena cidade Berck sur Mer fazia uma reclamação por ter recentemente encontrado em seu perfil na rede social uma recomendação do livro do líder nazista.
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Segundo o jornal, essa internauta, cujo nome não foi identificado, se define como “alérgica à extrema-direita” e o único fato que a ligaria ao Terceiro Reich seria ter indicado em seu perfil os romances do escritor britânico Philip Kerr, que tem como cenário o período da II Guerra Mundial. O repórter do jornal afirmou ter feito a busca por Kerr em seu próprio perfil e a recomendação para Main Kampf também apareceu.
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Em razão disso, o Facebook anunciou já ter tomado providências para que a leitura desse livro não fosse mais sugerida, sem explicar porque isso chegou a ocorrer no passado e se ela valerá para outros países.
Wikicommons
Essa seção do site tem uma aba que conta aos amigos dos usuários os livros que “lemos” ou que “gostaríamos de ler”. Graças a uma associação com as palavras-chave, diversos algoritmos escolhem quais são os livros que pensam ter interessado ao utilizador no repertório das obras.
O livro de Hitler não é proibido na França e pode ser facilmente encontrado na internet. A obra deverá cair em domínio público em 2016 mas, por enquanto, o estado alemão da Baviera detém seus direitos. Mein Kampf foi produzido pelo líder nazista durante uma breve passagem pela prisão em 1924, após fracassada tentativa de golpe de Estado. O governo bávaro libera apenas parte de seu conteúdo para evitar a exploração eventual do texto por grupos neonazistas.