Familiares dos 65 trabalhadores mortos em 2006 em uma mina no norte do México enviaram votos de confiança às operações de resgate dos 33 operários presos desde 5 de agosto em Copiapó, no Chile, que devem começar ainda hoje (12/10).
Por meio de uma carta direcionada às famílias dos 32 chilenos e um boliviano, o grupo lamentou não ter recebido o mesmo auxílio das autoridades mexicanas após uma explosão em uma mina de carvão em San Juan de Sabinas, na região de Nueva Rosita, no estado de Coahuila.
Desde então, os parentes das vítimas da chamada mina Pasta de Conchos empreendem ações legais e protestos para que os corpos de 63 dos homens sejam ao menos recuperados, já que seguem onde ocorreu a tragédia.
“Uma situação tão parecida que nós vivemos há quase cinco anos, de modo que sentimos o resgate de seus familiares queridos como o de nossos mineiros queridos”, destacou o grupo Família Pasta de Conchos.
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“Pedimos a Deus por cada um de vocês e para que tudo saia bem”, continuou o texto, destacando a vontade do governo chileno para salvar os seus cidadãos, “uma vontade que nunca vimos” no México, nem na gestão de Vicente Fox (2000-2006) e nem na de Felipe Calderón, que iniciou seu governo em dezembro daquele mesmo ano.
Segundo alega a companhia proprietária da mina, Grupo México, agora seria impossível realizar buscas, devido aos riscos da região. No início deste ano, o caso foi parar na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH, órgão vinculado à Organização dos Estados Americanos, OEA).
A operação de resgate foi suspensa dois dias após o acidente, ocorrido em 19 de fevereiro de 2006. Na época, as equipes disseram que as tarefas seriam interrompidas porque estavam à espera de um equipamento dos Estados Unidos, que nunca chegou.
A princípio, “os governos do estado e federal mentiram, disseram que ocorreu uma grande explosão e que todos faleceram e se desintegraram”. Pouco depois, foram retirados dois dos 65 trabalhadores já mortos, eles “estavam completos e nem estavam queimados”, lembraram seus familiares.
“Nem as autoridades e nem o sindicato se interessaram por gerar condições para salvar a vida dos trabalhadores”, completaram os parentes.
Acidentes
Casos do tipo demonstram, não apenas as fragilidades da região, mas também a falta de regulamentações do setor para prevenção de acidentes. Na Colômbia, por exemplo, cinco operários morreram no desmoronamento de uma mina, provocado por uma explosão na última semana.
No Chile, em 2007, no mesmo local onde encontram-se os 33 trabalhadores, um homem morreu. O resgate dos mineiros, que teria custos elevados e ainda não revelados pelo governo, deve ser iniciado às 18h locais, mesmo horário de Brasília, desta terça-feira.
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