Atualizada em 21/09 às 09h50
Após a missa na praça da Revolução neste domingo (20/09), o papa Francisco teve um encontro com o líder cubano Fidel Castro em sua casa em Havana, anunciou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
Na ocasião, Fidel presenteou o papa com o exemplar da primeira edição de 1985 de “Fidel e a Religião”, escrito pelo teólogo brasileiro Frei Betto. Em troca, o pontífice lhe deu textos religiosos, como a sua encíclica sobre ecologia, intitulada “Laudato Si” (“Louvado Seja”) e publicada em 18 de junho deste ano.
Alex Castro/ Cubadebate
Encontro ocorreu na residência de Fidel, que recentemente completou 89 anos
De acordo com a imprensa cubana, os dois líderes discutiram temas de interesse comum, como a pobreza, a preservação da paz e a sobrevivência humana. Fidel elogiou o papa por sua capacidade de comunicação e suas mensagens públicas para todas as camadas sociais e seu compromisso pelo bem da humanidade. Por sua vez, Francisco expressou agradecimento à Cuba por sua contribuição da paz em um mundo “saturado de ódio e agressões”.
Segundo o porta-voz do Vaticano, o encontro durou 40 minutos e foi realizado em um ambiente “informal e amigável”. Antes da viagem do pontífice argentino a Cuba, a San ta Sé confirmara a possibilidade de uma reunião entre os dois, embora o encontro não estivesse na agenda do líder da Igreja Católica.
Missa
Nesta manhã, o papa Francisco afirmou durante a homília que o povo cubano tem “vocação de grandeza” e que deve cuidar dela, mas especialmente trabalhando para os mais frágeis.
A declaração foi dada ao lado da icônica imagem de Che Guevara, no centro de Havana, a uma plateia composta por milhares de cubanos e fiéis de outras partes do mundo.
O presidente do país, Raúl Castro, a mandatária argentina, Cristina Kirchner, o teólogo brasileiro Frei Betto e uma comitiva de ministros cubanos também participaram da cerimônia.
No fim da cerimônia, Francisco também agradeceu Raúl pelos esforços de paz no conflito entre as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o governo de Bogotá. Desde 2012, Havana é palco de encontros para promover diálogo entre a guerrilha e autoridades colombianas.
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Francisco desembarcou em Havana no sábado (19/09), onde foi recebido por uma comitiva do governo cubano liderada por Raúl. Ainda no aeroporto, o papa disse que a reaproximação entre EUA e Cuba, anunciada em dezembro passado, é uma “vitória do diálogo”.
Após agradecer o pontífice pelo seu papel de mediação entre as duas nações, Raúl aproveitou a oportunidade para pedir o fim do bloqueio econômico exercido por Washington à ilha, bem como a devolução da base militar de Guantánamo.
Agenda
Na segunda (21/09), o papa se dirigirá para a cidade de Holguin, a mais de 700 quilômetros ao sul de Havana, onde realizará um sermão na praça Calixto García. De lá, o pontífice termina sua viagem em Santiago de Cuba, a segunda cidade mais importante do país.
Após Cuba, Francisco irá em 22 de setembro para os Estados Unidos, onde visitará Washington, Nova York e Filadélfia. No país vizinho, ele será o primeiro papa a fazer um pronunciamento diante do Congresso norte-americano.
EFE
Papa teve encontro com ex-presidente cubano e líder da Revolução após missa em icônica praça com imagem de Che Chevara