O músico argentino Fito Páez será denunciado por uma ONG nesta quarta-feira (13/07), acusado de discriminar o eleitorado de Buenos Aires. Ele afirmou sentir “nojo” da “metade de Buenos Aires”, em menção aos portenhos que votaram no atual prefeito da capital, Mauricio Macri. A denúncia será apresentada pela ONG Defendamos Buenos Aires ao Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo (Inadi) da Argentina.
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O advogado Javier Miglino, líder da entidade, confirmou nesta terça-feira (12/07) à Agência Efe que o próximo passo será processar Páez na Justiça. O artista disse, em um artigo no jornal Página 12, que sente “nojo da metade de Buenos Aires”. No domingo, o conservador Macri obteve 47,08% dos votos nas eleições municipais. A cifra foi insuficiente para que o prefeito alcançasse reeleição já no primeiro turno. Por isso, ele deverá enfrentar no segundo turno, previsto para o dia 31, o senador Daniel Filmus – candidato kirchnerista -, que obteve 27,78% dos votos.
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“Gente com ideias para poucos, egoísta. Isso é o que a metade da cidade autônoma de Buenos Aires quer para si mesma”, disparou Páez no texto.
Segundo Miglino, as afirmações do músico, “levando em conta que é uma pessoa culta e em uso de suas faculdades, são claramente violadoras da lei antidiscriminação, que condena os atos de discriminação baseados em questões de raça, de opiniões políticas e religião”.
As declarações de Páez causaram o repúdio do filósofo e escritor Alejandro Rozitchner. “Isso é fascismo. Não sei o que aconteceu com Fito, que é um superartista e um amigo. É um dos melhores artistas do rock nacional. Acho que merece a reação que desperta, porque o que disse é muito feio”, afirmou Rozitchner à rádio local.
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