O FMI (Fundo Monetário Internacional) avaliou positivamente nesta segunda-feira (09/12) os progressos realizados pela Argentina para melhorar a qualidade de suas estatísticas, mas estabeleceu um novo prazo, para “o final de março de 2014”, em que deverá apresentar “novas previsões do PIB e um novo índice de inflação”.
“Apesar de a Argentina não ter adotado as medidas exigidas pelo FMI para corrigir as inexatidões nas medidas de inflação da Grande Buenos Aires e os dados do PIB, o Diretório Executivo reconheceu o trabalho em andamento e a intenção de oferecer um novo sistema de medição de preços para o início de 2014”, informou a entidade em nota oficial.
Por isso, o principal órgão executivo do FMI decidiu oferecer um “calendário específico” para a apresentação dessas novas medidas. “Esta decisão pede que a Argentina implemente um conjunto inicial de ações específicas, entre elas a publicação de um novo índice de preços nacional e previsões revisadas do PIB (Produto Interno Bruto), para o final de março de 2014”, destacou a entidade.
Além disso, indicou que “mais ações devem ser implementadas para o final de setembro de 2014 e fevereiro de 2015”, embora não tenha especificado quais são.
O Fundo ressaltou também “a importância das conversas em curso com as autoridades argentinas para melhorar a qualidade” dos dados do PIB e da inflação, e expressou sua disposição em “continuar fortalecendo a relação” com a Argentina.
Embora as tensões entre Argentina e FMI se reduziram nos últimos meses, Lagarde insistiu em agosto que Buenos Aires deveria oferecer números “confiáveis e comparáveis”, já que todos os membros “devem estar na mesma página, como estabelecem as regras do jogo”.
Em fevereiro, o Fundo emitiu uma declaração de censura e ameaçou à Argentina para que apresentasse progressos na forma com a qual o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) compõe seus dados para o final de setembro, cujo resultado foi analisado hoje pelo Diretório Executivo.
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Nos últimos anos, e em particular durante o mandato da presidente Cristina Kirchner, a Argentina teve divergências com o Fundo, e o considerou como responsável, em parte, pelas recomendações econômicas que levaram à crise que castigou o país no início do século XXI.
“Realmente existe contra a Argentina, por parte do FMI, certa má vontade, porque somos o exemplo ruim, somos o mau aluno, somos aqueles que disseram não a todas e cada uma das receitas que quiseram impor sobre nós em 2003”, afirmou Cristina no ano passado em uma conferência na Universidade de Georgetown em Washington.