Forças israelenses atacaram palestinos que protestavam nesta sexta-feira (18/06) em frente à mesquita de Al-Aqsa, na região ocupada de Jerusalém. A manifestação foi realizada em resposta a uma marcha israelense na terça-feira (15/06), onde se ouviram insultos ao profeta da religião islâmica, Maomé, e aos próprios palestinos, com frases como “morte aos árabes” e “que queimem suas aldeias”.
A violência acontece já sob o novo governo do primeiro-ministro ultranacionalista Naftali Bennett, que encerrou o período de 12 anos em que Benjamin Netanyahu esteve a frente do comando de Israel.
Os palestinos se reuniram no pátio do complexo da mesquita de Al-Aqsa nesta sexta e, antes de começarem uma marcha até o Portão de Damasco da Cidade Velha, as forças israelenses invadiram o complexo através de Bab al-Silsila, uma de suas entradas. Pelo menos três palestinos ficaram feridos.
De acordo com a emissora Al Jazeera, as forças israelenses dispararam balas de aço revestidas de borracha, gás lacrimogêneo e granadas de choque, esvaziando o complexo.
A agência de notícias baseada em Londres Middle East Eye relatou que as forças israelenses atiraram em um de seus jornalistas, Latifeh Abdelatif, no joelho. O site londrino disse ainda que um de seus colaboradores, Sondus Ewies, também foi ferido.
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Com balas de borracha, gás lacrimogêneo e granadas de choque, forças israelenses dispersaram protesto de palestinos
A marcha com bandeiras foi realizada por um grupo de ultranacionalistas israelense na terça-feira (15/06). A chamada Marcha das Bandeiras celebra o aniversário da ocupação de 1967 por Israel da parte oriental da cidade.
Durante o evento, pelo menos 17 palestinos foram presos pelas forças israelenses e dezenas de outros foram atacados e removidos à força da praça do Portão de Damasco, que leva à Cidade Velha.
Ataques aéreos israelenses contra Gaza continuam
Israel lançou uma série de ataques aéreos na Faixa de Gaza pela segunda vez desde que um cessar-fogo encerrou a violência de Israel contra palestinos no mês passado.
Após os ataques, Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas, o grupo político que comanda a região de Gaza, disse em um comunicado que “o bombardeio em locais de resistência é um demonstrativo do novo governo israelense”, referindo-se ao novo primeiro-ministro Naftali Bennett.
O descumprimento da trégua aconteceu apenas um dia após o cessar-fogo ter sido firmado em 20 de maio, quando a polícia de Israel atacou palestinos que estavam rezando e comemorando o cessar-fogo.