NO fotógrafo brasileiro Sebsatião Salgado, de 67 anos, concluiu o projeto “Gêneses”, o seu último grande trabalho que o levou a dezenas de países a procura de lugares “ainda não destruídos” pelo homem. “Estou convencido que poderemos sobreviver se obedecermos determinadas normas e modificarmos um pouco nosso comportamento”, disse Salgado em entrevista publicada neste domingo (17/04) a revista do jornal O Globo.
O fotógrafo brasileiro, que registrou com sua câmera alguns dos piores desastres ecológicos e humanos ocorridos nas últimas quatro décadas, disse que se propôs a “buscar esperança” após terminar seu trabalho “Êxodos”, no qual durante quase cinco anos trabalhou com o drama global das migrações. “Tinha visto muitas catástrofes, genocídios e coisas terríveis”, confessou Salgado, que explicou que em “Gêneses” tratou de “ver e mostrar a riqueza deste planeta, a personalidade, a dignidade de muitas paisagens e pessoas”.
O fotógrafo disse que descobriu essa riqueza e dignidade em tribos indígenas da Amazônia brasileira, nas montanhas da Grande Savana venezuelana, em algumas regiões do Alasca, Etiópia, Sudão, Nova Guiné, Zâmbia e outras dezenas de países que percorreu no marco deste projeto.
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Agora seu desejo é que a exposição “Gêneses” seja apresentada pela primeira vez em Washington, pois os “Estados Unidos têm um enorme influência no mundo como principal potência econômica e militar do planeta”. No entanto, disse que está negociando e que a exposição, que terá cerca de 300 fotografias e depois será itinerante, pode ser montada pela primeira vez em Milão ou Tóquio.
O que já definiu é que durante o primeiro trimestre de 2012, parte da exposição será montada no Rio de Janeiro e São Paulo, no marco dos preparativos para a Copa do Mundo de futebol de 2014, que será organizado pelo Brasil. “No Rio de Janeiro quero apresentar centenas de fotografias em tamanho gigante e expô-las nas praias”, confessou Salgado.
O fotógrafo também revelou que, a seus 67 anos, já não voltará a iniciar um projeto da envergadura de “Gêneses”, que demandou sete anos de trabalho e viagens ao redor do mundo. “É meu último grande projeto”, pois “perto dos 70 anos não posso assumir outra vez uma carga de responsabilidade tão forte”, disse.
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