Fracassou mais uma tentativa do mediador Oscar Arias, presidente da Costa Rica, de tentar solucionar a crise em Honduras, gerada pelo golpe de Estado contra o presidente Manuel Zelaya, no dia 28 de junho.
Depois de o presidente golpista Roberto Micheletti recusar uma proposta de sete pontos apresentada no último sábado, Arias apresentou uma nova versão, com 12 itens, mas essencialmente igual. Logo em seguida, Zelaya convocou uma entrevista coletiva em que disse que não a aceitava.
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A comissão de diálogo de Roberto Micheletti declarou hoje que “Honduras segue aberta ao diálogo”.
“Não queremos anistia, queremos a verdade”, afirmou Arturo Corrales, um dos membros da comissão de Micheletti.
O ponto crucial continua o mesmo, ou seja, o retorno ao quadro institucional anterior a 28 de junho, com o retorno de Zelaya ao poder até o fim do mandato, em 27 de janeiro. A única diferença é que essa exigência está no sexto item, não mais no primeiro.
Outros pontos fundamentais são a constituição de um governo de união nacional e a anistia geral para os delitos políticos referentes aos acontecimentos do dia do golpe, para garantir a segurança e impunidade da classe política hondurenha. A anistia, no entanto, seria interrompida automaticamente se algum dos pontos fosse desrespeitado.
Arias também propõe a formação de duas comissões, uma encarregada de fazer respeitar o acordo e outra para apurar a responsabilidade pelos acontecimentos anteriores e posteriores ao golpe.
“Esse acordo é o resultado de propostas que chegaram de todos os países da OEA [Organização dos Estados Americanos] e do povo hondurenho”, disse Arias ao apresentar a proposta. Ele afirmou que fez o possível e que “nada é perfeito na democracia”.
Enquanto isso, em Tegucigalpa, capital de Honduras, partidários do governo deposto e do governo golpista saíram às ruas para manifestar, como mostrar as fotos abaixo, da agência EFE – a menina na moto está entre os que defendem Micheletti.
Constituição
A mediação levou o presidente da Costa Rica a defender a necessidade de renunciar a qualquer tipo de convocatória para reformar a Constituição por parte de Zelaya – a convocação de um referendo sobre esse assunto foi o argumento usado pela oposição para destitui-lo, pois apenas o Congresso pode fazê-lo, segundo a lei.
Além disso, as eleições seriam antecipadas de novembro para 28 de outubro e seriam revogadas a “submissão” e a “imparcialidade” do Exército.
A reportagem do Opera Mundi acompanha a negociação em Manágua e trará mais detalhes sobre a proposta e as repercussões.
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(Atualizado às 10h52 de quinta-feira)
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