Os deputados socialistas franceses, com o apoio de sua presidente Valérie Rabault, vão pedir nesta terça-feira (02/10) a abertura de uma Comissão Parlamentar Investigativa (CPI) sobre os abusos sexuais cometidos pela Igreja Católica na França. O pedido será feito ao presidente da Assembleia, Richard Ferrand, do partido A República em Marcha.
No último fim de semana, um grupo reunindo personalidades religiosas, ex-ministros, advogados e vítimas fizeram um apelo para a criação de uma CPI para investigar as agressões sexuais dos membros da Igreja católica francesa – a iniciativa foi acatada por Valérie Rabault.
A maior parte dos grupos políticos da Assembleia, com exceção do partido Os Republicanos, não são contra a comissão, mas até agora ninguém havia se mobilizado por sua criação.
Valérie Rabault deve escrever nesta terça-feira ao presidente da Assembleia para pedir que a CPI seja criada. “Com relação a esse tipo de assunto, é sempre útil se engajar o máximo possível”, disse um porta-voz dos deputados do Partido Socialista (PS), Boris Vallaud.
Para Elsa Faucillon, porta-voz dos deputados comunistas, a ideia é “aumentar o campo de ação da comissão” e não deixá-la circunscrita apenas à “questão da pedofilia na Igreja Católica”.
Já Christian Jacob, presidente dos deputados do partido Os Republicanos, julga que a CPI será utilizada para “controlar o Executivo”. Segundo ele, os abusos sexuais devem ser tratados apenas pela Justiça.
NULL
NULL
Assunto é pauta do momento para Igreja
O papa Francisco expulsou do sacerdócio o padre chileno Fernando Karadima por abusos sexuais, a maior condenação possível dentro da Igreja católica, na última sexta-feira (28/09).
“O papa Francisco demitiu da função clerical Fernando Karadima Fariña, da arquidiocese de Santiago do Chile. O Santo Padre tomou essa decisão excepcional de forma consciente e pelo bem da Igreja”, informou o Vaticano.
Karadima, de 88 anos, formador de vários bispos, havia sido suspenso por toda vida de suas funções pelo Vaticano em 2011, após ser condenado por abuso sexual de menores.
O decreto, assinado pelo papa, entrou em vigor automaticamente, e também retirou todas as obrigações clericais do ex-religioso, informou o Vaticano, acrescentando que Karadima foi notificado no mesmo dia.