Os funcionários públicos chilenos iniciaram nesta quinta-feira (07/11) uma greve de dois dias, em protesto pela decisão do Executivo de adiar a negociação de um aumento salarial até o final das eleições presidenciais e parlamentares de 17 de novembro.
“Existia um compromisso, as datas em que faríamos as negociações eram 5 e 8 de novembro, para finalizar em 12 ou 14, mas na terça-feira passada o governo nos disse que esse cronograma não vai ser cumprido”, declarou aos jornalistas o presidente da Anef (Associação Nacional de Empregados Fiscais), Raúl de la Puente.
Em sua primeira jornada, a greve conseguiu adesão de 90% dos funcionários públicos, que somam cerca de 400 mil pessoas agrupadas em 14 associações gremiais, detalhou o dirigente.
Dessa forma, hospitais, colégios, universidades, os ministérios e outros organismos públicos se verão afetados pela mobilização. No caso dos consultórios de saúde, a greve se prolonga até sexta-feira (08), mas haverá turnos para casos de urgências.
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A ministra da Segegob (Secretaria Geral de Governo, na sigla em espanhol), Cecilia Pérez, respaldou a decisão do Executivo: “Primeiro se discute e se aprova o orçamento da nação e depois começamos a discutir o reajuste”, comentou.
“Não vemos por que, em um ano eleitoral, é preciso mudar isso, achamos que não corresponde, que não é responsável”, acrescentou.
A Anef pede que o governo aumente as remunerações dos funcionários em 8,8% e chegue a 10% para os salários mais baixos. Segundo Puente, concluir a negociação antes das eleições é determinante porque a excessiva demora na tramitação das leis prejudicaria o reajuste.
Do mesmo modo, qualificou de “imposição” a proposta do governo de elevar em apenas 3,9% os salários dos trabalhadores do Estado.
A greve dos trabalhadores públicos começa 18 dias depois do início da paralisação dos funcionários municipais, que também pedem um aumento salarial, e pouco antes de uma passeata de prefeitos rumo à sede do Executivo, os quais consideram que a solução às interrupções deve ser facilitada pelo governo.