O funeral de Muhammad Ali será realizado em sua cidade natal, Louisville, no Estado de Kentucky, nos EUA, na próxima sexta-feira (10/06), e será aberto ao público e precedido por um cortejo fúnebre pelas ruas da cidade. A intenção é “permitir que todas as pessoas do mundo que estejam lá se despeçam dele”, declarou neste domingo o porta-voz da família, Bob Gunnell.
A causa oficial da morte de Ali, lenda do boxe e ícone da luta contra o racismo, na última sexta-feira (03/06) aos 74 anos, também foi revelada por Gunnell. O boxeador faleceu em decorrência de um choque séptico provocado por causas naturais não especificadas. Ele havia sido internado na última semana com problemas respiratórios e sofria com problemas de saúde agravados por uma batalha de mais de 30 anos contra o mal de Parkinson.
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Agência Efe
Centro Muhammad Ali, em Louisville, se tornou ponto de homenagens da população ao boxeador
Após um funeral privado para a família na quinta-feira (09/06), um cortejo fúnebre levará o corpo de Ali pelas ruas de Louisville, passando pela avenida que leva seu nome – Muhammad Ali Boulevard – e pelo bairro em que ele nasceu, na sexta-feira (01/06). Em seguida, uma cerimônia pública contará com a presença e os discursos do ex-presidente dos EUA Bill Clinton, o ator norte-americano Billy Cristal e o jornalista esportivo norte-americano Bryant Gumbel.
O enterro no cemitério Cave Hill será reservado para a família, enquanto uma cerimônia ecumênica será realizada em um estádio de Louisville com transmissão online.
Hana Ali, uma dos nove filhos do boxeador, afirmou neste sábado (04/06) que Muhammad Ali morreu na cama de hospital cercado por familiares. “Todos nós estávamos com ele, dando abraços, beijos, segurando suas mãos e recitando uma oração islâmica”, revelou Hana em um post no Instagram. “Nossos corações estão doendo literalmente, mas estamos muito felizes que ele esteja livre.”
Agência Efe
“Educação traz autorrespeito”, frase de Muhammad Ali diante da casa onde o boxeador passou a infância, em Louisville
Personalidades do mundo político, cultural e esportivo continuam publicando homenagens a Muhammad Ali, que se notabilizou por ganhar, em três ocasiões diferentes, o título mundial de pesos-pesados, e uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1960.
Mas ele era também famoso por suas atitudes fora do ringue. Após ter se recusado a entrar para o serviço militar, em 1967, Ali perdeu não só sua licença de boxeador como também foi condenado a cinco anos de prisão. Só foi solto sob fiança. Com sua língua afiada, ele aproveitava as entrevistas – no auge de sua carreira – para protestar contra a Guerra do Vietnã.
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Sadiq Khan, prefeito de Londres, disse estar considerando construir um monumento em homenagem a Ali na capital britânica. “Muhammad Ali foi um gigante dentro e fora dos ringues – um verdadeiro campeão que rompeu barreiras em todo o mundo”, disse Khan, o primeiro prefeito muçulmano de Londres, ao jornal britânico The Sunday Times.
“Ele sempre foi um herói para mim e um exemplo real de alguém que pôde inspirar e mudar as vidas das pessoas sem nem conhecê-las. Seria ótimo ter um memorial permanente em homenagem a Ali em Londres”, disse o prefeito britânico.
Agência Efe
Homenagens ao boxeador em Louisville
Um dos últimos atos públicos de Muhammad Ali foi divulgar um comunicado condenando tanto extremistas islâmicos quanto a proposta de Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência dos EUA, de proibir a entrada de muçulmanos no país.
“Sou muçulmano e não há nada de islâmico em matar pessoas inocentes em Paris, San Bernardino [EUA] ou em qualquer lugar do mundo. Muçulmanos de verdade sabem que a violência brutal dos autoproclamados jihadistas islâmicos vai contra a própria essência de nossa religião.” Ali pediu que muçulmanos “se levantem contra aqueles que usam o islã para avançar sua agenda pessoal”.
O reverendo norte-americano Jesse Jackson, defensor de causas dos direitos humanos e amigo de Muhhamad Ali, também prestou seu tributo. “Ele era um campeão no ringue, mas, mais do que isso, um herói fora do ringue”, disse Jackson. “Quando campeões vencem, as pessoas os levam para fora do campo em seus ombros. Quando heróis vencem, as pessoas andam sobre os seus ombros. Nós andamos nos ombros de Muhammad Ali”.
*Com Agência Brasil