O ministro de Minas boliviano, Luis Alberto Echazú, negou as afirmações de um relatório do Ministério de Relações Exteriores de Israel divulgado na segunda-feira , que dizia que seu país vende urânio para o Irã. Echazú qualificou as informações como uma “barbaridade”.
“A Bolívia não produz urânio. O país nunca produziu urânio”, disse à jornalistas em sua primeira reação às acusações israelenses.
O diretor-geral do Ministério, Freddy Beltrán, declarou, porém, que na região oriental de Santa Cruz existe uma exploração de tantalita, minério que apresenta baixas concentrações de uranita (óxido de urânio).
Béltran classificou as acusações de Israel como “políticas, de provocação, para manchar a imagem do país e do atual governo”. Ele ainda lembrou que há cerca de 25 anos, o Instituto de Tecnologia Nuclear da Bolívia foi obrigado a fechar uma unidade de produção de minerais na região andina de Cotaje que continha urânio.
O ministro da Presidência boliviano, Juan Ramón Quintana, declarou que a relação entre a Bolívia e o Irã é “totalmente transparente” e está destinada a “projetos de industrialização”.
“Que desorientado pode achar que a Bolívia está desenvolvendo tecnologia ou está promovendo e cooperando com o desenvolvimento nuclear do Irã?”, perguntou Quintana, ao afirmar que seu país “apenas está começando a movimentar a maquinaria da indústria básica”.
O ministro boliviano concentrou suas críticas na “irresponsabilidade” da imprensa ao divulgar esse relatório e na agência israelense que o elaborou, a qual tachou de “incompetente”.
Relatório
O relatório era um documento secreto do governo israelense que foi publicado na segunda-feira pela Associated Press em Jerusalém, que diz que “parece que a Bolívia é também um fornecedor de urânio para o programa nuclear iraniano”. O documento ainda envolve a Venezuela no tramite de fornecimento de urânio ao programa nuclear do Irã – considerado uma ameaça por Israel.
Urânio
O engenheiro Carlos Colque, secretário de Minas da cidade de Potosí, disse à emissora Fides que foi iniciado recentemente um projeto de exploração de urânio nessa região.
A Bolívia estabeleceu relações com o Irã em setembro de 2007, quando seu presidente Mahmud Ahmadinejad , visitou o país a convite de Evo Morales .
No final de março a Bolívia recebeu a visita de Mohamed ElBaradei, presidente da OIEA (Organização Internacional de Energia Atomica), que declarou, após encontro com Morales, que ajudaria o pais a explorar jazidas de urânio para fins pacíficos.
Histórico
Israel teme que o Irã desenvolva armas nucleares de destruição em massa. Ahmadinejad, garante que seu programa tem fins apenas pacíficos.
A Bolívia rompeu relações diplomáticas com Israel no início deste ano, em protesto contra a ofensiva militar do país na Faixa de Gaza que começou em 27 de dezembro do ano passado e deixou cerca de 1.400 palestinos mortos.
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